A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) aprovou na terça -feira (17) um projeto de lei que promete transformar a realidade dos taxistas de motocicletas em todo o país. A proposta, de autoria do senador Eduardo Braga (MDB-AM), expande o acesso à linha de crédito facilitada para profissionais que trabalham em transporte individual por motocicletas, permitindo a compra de veículos novos ou usados.
Com esta aprovação, os drivers de táxi de motocicleta estão incluídos no mesmo programa de financiamento que já foi destinado a motoristas de táxi. O projeto agora vai votar no Plenário do Senado e, se aprovado, será enviado à Câmara dos Deputados.
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Inclusão de autônomo e informal

O principal avanço trazido pelo projeto é a inclusão de motoristas de táxi autônomos, informais e registrados como microentreepresores individuais (Mei) no programa de crédito especial. O texto determina que eles podem acessar a linha de financiamento aqueles com receita anual bruta de até R $ 81 mil (MEI) ou até R $ 300 mil (micro e pequenas empresas).
Segundo o senador Eduardo Braga, a medida é uma resposta direta às dificuldades enfrentadas por essa categoria, geralmente invisível nas políticas de mobilidade pública. “A renovação da frota pode afetar diretamente a qualidade e a eficiência dos serviços oferecidos à população, contribuindo para a mobilidade urbana e reduzindo problemas relacionados a veículos antigos e inseguros nas ruas”, disse o parlamentar.
Detalhes de financiamento
A proposta inclui não apenas a aquisição do próprio veículo, mas também o financiamento de itens essenciais para o exercício da atividade. Entre eles estão o seguro inicial obrigatório e o equipamento de carregamento para veículos elétricos, um sinal de que a proposta também procura incentivar uma transição para uma frota mais sustentável.
De acordo com o projeto, os recursos para esse financiamento virão de linhas de crédito existentes, operadas por instituições públicas e privadas, com a intermediação de programas governamentais. Espera -se que o governo federal defina, por meio da regulamentação, dos critérios para acesso, taxas de juros e condições de pagamento.
Impacto direto na mobilidade e segurança
Os especialistas em mobilidade urbana apontam que a proposta pode ter efeitos positivos significativos nas cidades brasileiras, especialmente nas regiões metropolitanas, onde o transporte de motocicletas é uma das alternativas mais usadas pela população de baixa renda.
Para o analista de economistas e políticas públicas Carlos Prado, a renovação do motorista de táxi de motocicleta contribui para a redução de acidentes e o aumento da eficiência nas viagens. “Os veículos mais novos tendem a ser mais seguros, menos poluentes e mais econômicos. Isso melhora a experiência para o profissional e o passageiro”, explica ele.
Aumentando a adesão ao motorista de táxi de motocicleta
Com o aumento do desemprego formal e o crescimento do trabalho por conta própria nos últimos anos, o número de brasileiros recorrendo ao táxi de motocicleta como fonte de renda cresceu substancialmente. Os dados da Associação Brasileira de Motociclistas (Abrão) apontam que mais de 1 milhão de profissionais trabalham hoje como motoristas de táxi de motocicleta em todo o país.
A formalização da atividade ainda é um desafio. Muitos trabalham sem licença, licença municipal ou regularização no INSS, o que dificulta o acesso ao crédito e outros direitos básicos. A proposta de Eduardo Braga, ao considerar esses profissionais em MEI e critérios de pequenas empresas, representa um passo importante para a inclusão produtiva da categoria.
Uma nova olhada nos drivers de táxi de motocicleta
Durante a votação do CAE, os senadores destacaram a importância das políticas públicas destinadas a segmentos tradicionalmente marginalizados das cidades. “Os mototaxistas são essenciais para a mobilidade de milhares de brasileiros. Precisamos olhar com mais cuidado para aqueles que vivem nas dicas do sistema de transporte urbano”, disse o senador Jean Paul Prates (PT-RN), que favoreceu o projeto.
O relator da proposta, o senador Rogétro Carvalho (PT-SE), também enfatizou que o projeto contribui para o fortalecimento da economia local. “Quando o trabalho de pequenos empreendedores é fortalecido, a economia do bairro, o acesso ao transporte e até a segurança do trânsito é melhorada”, argumentou.
PRÓXIMOS PASSOS

Com a aprovação da Comissão de Assuntos Econômicos, o projeto vai para o Plenário do Senado. Se também for aprovado pelos outros senadores, o texto continuará analisando a Câmara dos Deputados.
Se não houver mudanças significativas, o novo regulamento da linha de crédito poderá ser publicado em 2025, garantindo o início da operação até o final do ano.
Possíveis desafios de implementação
Apesar do entusiasmo com a aprovação do CAE, os especialistas alertam que será essencial garantir critérios claros para conceder crédito. Há uma preocupação de que os profissionais mais vulneráveis não possam acessar recursos devido à falta de prova de renda ou histórico de crédito.
“O sistema bancário precisa ser instruído a receber esses profissionais com critérios mais acessíveis. Caso contrário, o projeto poderá beneficiar apenas uma parte reduzida da categoria”, alerta o consultor de crédito dos micro -empreendedores, Marcia Oliveira.
Conclusão
A aprovação do projeto que inclui motoristas de táxi de motocicleta em uma linha de crédito especial marca um avanço na política de mobilidade e trabalho no Brasil. Além de promover a renovação da frota, a medida pode ter um impacto direto na segurança dos serviços, na renda dos profissionais e na qualidade do transporte urbano.
O próximo desafio será garantir que essa política seja implementada inclusiva, atingindo motoristas de táxi de motocicleta que mais precisam de apoio e aumentar uma categoria vital para o deslocamento diário de milhões de brasileiros.
Imagem: Nowaczyk / shutterstock.com