O Fundo de Financiamento para Estudantes do Ensino Superior (FIES), criado para expandir o acesso ao ensino superior no Brasil, atingiu 2025 sob intenso escrutínio.
Com uma dívida acumulada de R $ 17,9 bilhões em parcelas superam há mais de 90 diasO programa federal enfrenta sua maior crise desde a criação. Os dados revelam que 59,3% dos contratos ativos estão inadimplentesrepresentando um grande desafio financeiro e social.
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Dívida acumulada e seus impactos
De acordo com as informações do Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação (FNDE), obtidas por meio da lei sobre acesso à informação, Cada aluno inadimplente deve uma média de R $ 46 mil. No total, o portfólio ativo do programa representa um passivo de R $ 93,8 bilhões para os cofres públicos, dos quais R $ 17,9 bilhões têm mais de três meses de atraso.
Comparativo com anos anteriores
Em 2024, o padrão era de R $ 15,8 bilhões. O crescimento de mais de US $ 2 bilhões em apenas um ano aponta para uma tendência preocupante. Para fins de comparação, em 2015, apenas 33% dos estudantes estavam inadimplentes. Hoje, O padrão mais que dobrou em uma décadademonstrando o agravamento do problema.
FIES: Solução para acesso à crise da sustentabilidade
FIES propósito inicial
Criados para democratizar o ensino superior, a FIES permitiu que milhões de brasileiros entrassem em faculdades particulares, até incapazes de pagar as mensalidades. No auge, o programa até financiou Mais de 700 mil estudantes por ano.
Declínio nas aderências
Atualmente, o número de novos contratos não atinge 40 mil por semestre. O Caindo mais de 90% desde 2014 acompanha o avanço da inadimplência e as alterações nas regras do programa. A partir de 2018, os “Novo Fies”, sancionados durante o governo Michel Temer, eliminaram o período de período de carência total e instituíram acusações durante o curso.
Principais mudanças das novas FIES:
- Cobrança de acusações enquanto o aluno ainda tem o diploma;
- Desconto automático da folha após a graduação;
- Regras mais rigorosas para conceder financiamento.
Impacto direto no orçamento público
Ameaçou apelo público
Como a FIES é financiada principalmente com fundos do Ministério da Educação (MEC), o não pagamento da dívida cai diretamente em Tesouro nacional. Isso significa que o dinheiro que não é mais pago pelos alunos pode ser usado em outras áreas da educação pública, como infraestrutura escolar e formação de professores.
Fatura de ensino superior privado
Na prática, o governo federal acaba com instituições privadas e com as perdas em caso de inadimplência. Especialistas apontam que O modelo atual transfere o risco de inadimplência para o setor públicosem mecanismos efetivos de garantia de retorno.
Por que os alunos não podem pagar?
Dificuldades de permanência
Para a economista Claudia Costin, ex -diretora de educação do Banco Mundial, a FIES expandiu o acesso ao ensino superior, mas falhou em garantir a permanência e a conclusão dos cursos. Muitos estudantes abandonam a graduação, devido a dificuldades financeiras ou pela baixa qualidade do treinamento.
Baixa empregabilidade
Outro ponto central é o baixa taxa de empregabilidade após a graduação. Muitos estudantes treinados por FIES acham difícil entrar no mercado de trabalho com salários que lhes permitem suportar a dívida adquirida.
Tentativas de renegociação e resultados limitados
Em 2024, o governo promoveu uma campanha de renegociação, que resultou na liquidação de 132 mil contratos. No entanto, na primeira metade de 2025, apenas 42 mil contratos foram liquidados. O resultado mostra que, apesar dos incentivos, Adesão tem sido tímida.
Medidas de estimulação da renegociação:
- Descontos de juros e multas;
- Pagamento de parcelamento facilitado;
- Inclusão no programa Dream Brasil para renegociação da dívida pública.
Debate sobre o futuro das Fies
Revisão estrutural na agenda
Dados os números alarmantes, especialistas e representantes do governo defendem um Revisão estrutural do programa. Entre as propostas estão:
- Link financiamento ao desempenho acadêmico;
- Expandir a inspeção e o controle de qualidade dos cursos financiados;
- Reformular o modelo de coleta com base na renda da saída.
Alternativas em discussão
Além da revisão de FIES, a expansão de Programas de bolsas de estudos de estudo parcial e incentivos para permanência no ensino superior, especialmente para estudantes em situações vulneráveis. Outro caminho possível seria o Expansão do ensino superior públicocom vagas gratuitas e maior financiamento direto às universidades federais.
O que os especialistas pensam

“Fies desempenhou um papel importante na democratização do acesso, mas se tornou insustentável por mais que seja. É necessário repensar completamente o modelo”, diz Claudia Costin.
“A inadimplência em massa indica que os alunos não podem pagar as dívidas assumidas. Isso precisa ser considerado na formulação de novas políticas”, diz o economista Ricardo Paes de Barros.
Conclusão
O Fiesque já foi um símbolo de inclusão educacional, hoje representa um passivo bilionário e uma dor de cabeça para o governo federal. Com a dívida acumulada e o número crescente de inadimplências, o debate sobre sua reformulação se torna urgente. Garantir o acesso ao ensino superior é essencial, mas sem comprometer o futuro das finanças públicas ou a trajetória profissional dos estudantes.
Imagem: Chayanuphol / Shutterstock.com – Edição: Seu crédito digital