Sob a orientação da Câmara Civil e do Ministério das Finanças, o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) começou a priorizar, a partir do segundo semestre de 2024, uma mudança de estratégia, com ênfase na revisão da ajuda ativa, em vez de conceder novos direitos.
A estratégia, revelada por documentos obtidos por Folha de S. Paulo, foi uma tentativa do governo Lula de controlar os gastos da Seguridade Social e equilibrar o orçamento da União.
A linha de espera dispara e atinge 2,6 milhões

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No final de 2024, cerca de 2,6 milhões de solicitações aguardavam análise, incluindo aposentadoria, benefício contínuo de benefício (BPC), pensões e ajuda por incapacidade.
A linha, que estava caindo desde 2023, subiu com o tempo médio de análise ainda abaixo do limite legal. Em janeiro de 2023, o tempo médio foi de 66 dias. Em julho de 2024, ele havia caído para 34 dias – o menor nível desde o início da série histórica, mas considerou “insustentável” por técnicos da equipe econômica.
Estratégia tributária e contenção de despesas
De acordo com o relatório de Folha, a ordem da Brasília ficou clara: dar preferência à revisão de benefícios com potencial cancelamento ou correção, em vez de novas concessões.
A economia gerada foi abaixo do esperado
Apesar da priorização das revisões, os resultados práticos da estratégia ficaram aquém das expectativas da equipe econômica.
Além disso, a linha continuou a crescer e o tempo médio de análise, que caiu para 34 dias, aumentou novamente. No final de 2024, o tempo médio foi de 42 dias, sinalizando o esgotamento da estratégia.
Diferenças internas e pressões políticas
Crise entre técnicos e o Ministério da Seguridade Social
A decisão de expressar concessões gerou atrito dentro do próprio governo. O então ministro da Seguridade Social, Carlos Lupi, reconheceu Folha que a estratégia causou crises entre técnicos de pastas e outras áreas da administração federal.
Apesar do negativo oficial do Ministério da Seguridade Social em relação à existência de barragem deliberada, as fontes da Câmara Civil e o Ministério das Finanças confirmaram que havia uma orientação para manter as concessões como uma maneira de controlar as despesas obrigatórias.
O secretariado de planejamento, por sua vez, disse que a restrição orçamentária nunca foi usada como critério para o pagamento de benefícios do Seguro Social, que são obrigatórios por lei. No entanto, o ritmo operacional do INSS foi diretamente afetado pela escassez de recursos e pela suspensão temporária do bônus de produtividade.
Reversão gradual da estratégia em 2025
Após a aprovação do orçamento, a linha começa a cair
Com a aprovação do orçamento de 2025 no Congresso, o governo começou a tornar a estratégia mais flexível. A liberação de novos benefícios foi retomada gradualmente a partir de abril de 2025, o que ajudou a reduzir o estoque de processos acumulados.
Impacto social e avaliação governamental

A insatisfação popular cresce
O atraso na liberação de pensões, pensões e Aids gerou uma onda de insatisfação popular, especialmente entre idosos e pessoas com deficiência.
De acordo com uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Paraná, divulgado em junho de 2025, a taxa de desaprovação do governo de Lula atingiu 56,7%, com 37% avaliando o gerenciamento como “terrível”. Apenas 25% consideram o governo “bom” ou “ótimo”.
A pressão sobre o Seguro Social continua
A medida adotada em 2024 deixou um passivo para 2025: os pedidos não realizados permanecem substituídos, enquanto o sistema lida novamente com a pressão natural do envelhecimento da população e a alta demanda por benefícios sociais.
Perguntas frequentes – perguntas frequentes
Por que o INSS priorizou as revisões em vez de novas concessões?
A medida, de acordo com o cálculo do Folha de S. Paulofoi guiado pela Câmara Civil e pelo Ministério das Finanças para conter o aumento dos gastos da Seguridade Social e equilibrar o orçamento de 2024.
O tempo de análise caiu ou aumentou?
Inicialmente, caiu para 34 dias em julho de 2024, abaixo do limite legal de 45 dias. No entanto, com a repressão das concessões, aumentou para 42 dias até o final do ano.
A estratégia continua em 2025?
Não. Com a aprovação do orçamento de 2025, a prioridade foi novamente o lançamento de novos benefícios e o número de análises começou a crescer novamente a partir de abril.
Considerações finais
A economia obtida ficou aquém do esperado, e o governo teve que recuar até 2025 diante da pressão social e política. O episódio revela os limites do ajuste tributário por contenção de benefícios obrigatórios e a complexidade de equilibrar as contas públicas sem comprometer os direitos sociais.