O Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) exigirá validação biométrica ou assinatura eletrônica qualificada para autorizar qualquer desconto na folha de pagamento de aposentados e pensionistas, especialmente aqueles realizados por entidades associativas. O novo requisito faz parte de um amplo acordo aprovado pelo Ministro da Suprema Corte (STF), Dias Toffoli, na quinta -feira (3/7), e representa um marco na proteção dos beneficiários da seguridade social.
A decisão é o resultado de uma articulação entre várias instituições, incluindo o Procurador Geral da União (AGU), o Ministério da Seguridade Social, o Serviço Federal de Promotoria Pública (MPF), o Gabinete Federal de Defensores Públicos (DPU) e o Conselho Federal da Associação Brasileira de Advogados (CFOAB). O termo também prevê o reembolso total, sem a necessidade de ação, para aqueles que sofreram descontos inadequados.
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Entenda o caso

Fraudes bilionárias surgiram em 2023
A aprovação do contrato ocorre após uma série de relatórios de portal MetrópoleA partir de dezembro de 2023, que revelou um esquema de descontos inadequados nos benefícios da Previdência Social. A prática, de acordo com investigações, envolveu entidades associativas que incluíam aposentados como associados sem consentimento, autorizando as cobranças mensais diretamente da folha de pagamento.
Em apenas um ano, o total arrecadado por essas associações atingiu R $ 2 bilhões. As queixas deram origem ao Operação sem descontoconduzido pela Polícia Federal (PF), com o apoio do controlador geral da União (CGU), e resultou na demissão do então presidente do INSS e o ministro da Seguridade Social, Carlos Lupi.
A decisão também alivia a pressão tributária
Uma das principais decisões do ministro Dias Toffoli foi excluir os recursos usados para devolver os valores aos beneficiários da nova estrutura tributária. Isso significa que os pagamentos não pesarão na contabilidade oficial do governo, um alívio para a equipe econômica de Fernando Haddad, que tenta atingir a meta de déficit zero em 2025.
Medidas de acordo principal
1. Retorno de valores sem ação legal
Aposentados e pensionistas prejudicados podem contestar descontos diretamente pelos canais INSS sem precisar apelar ao tribunal. As opções incluem:
- Meu aplicativo INSS
- Central 135 (Opção: “Consulte os descontos de entidades associativas”)
- FACE -TO -Face Care nas agências dos correios
- Ações de pesquisa ativa em áreas difíceis de acessar
2. Termo de serviço mínimo
O INSS e as instituições envolvidas devem manter os canais de serviço abertos por pelo menos seis meses, a partir de 14 de maio, com a possibilidade de extensão de acordo com a demanda.
3.
As associações terão 15 dias úteis a provar, em documentados, o vínculo com o beneficiário e a autorização expressa por descontos. Caso contrário, eles devem devolver os valores ao INSS por meio do Guia de Coleção da União (GRU).
4. Criação do painel de transparência
O contrato requer a criação de um painel de transparência atualizado periodicamente, afirmando:
- Número total de solicitações por estado
- Entidades envolvidas
- Resultados dos requisitos
- Valores retornados pela entidade
- Situação de solicitações (regularizada, pendente ou arquivada)
Os dados serão apresentados anonimamente para preservar os beneficiários.
5. Adoção de biometria para evitar novas fraudes
A partir da validação do contrato, o INSS só poderá executar novos descontos associativos por meio de autorização biométrica ou eletrônicos qualificados. A medida visa garantir a autenticidade do consentimento do beneficiário e evitar fraudes.
Além disso, o Instituto terá que implementar um sistema de monitoramento de reclamação permanente.
6. Programa de Educação Financeira

Dentro de 180 dias, os INSs deverão implementar um programa de educação financeira destinada a aposentados e aposentados para entender melhor seus direitos e saber como se proteger de práticas abusivas.
7. Avaliação do padrão de resposta
As instituições envolvidas no contrato terão 60 dias para revisar e avaliar a qualidade das respostas fornecidas pelas entidades associativas às contestações dos beneficiários.
8. suspensão de ações judiciais e prescrição
A decisão da Suprema Corte determina a suspensão de todos os processos em andamento sobre o assunto, bem como a contagem do período de prescrição para novas ações de indenização. Esta medida visa evitar a sobrecarga no judiciário e dedicar tempo à operação do contrato administrativo.
O reembolso começa em 24 de julho
De acordo com o cronograma divulgado pelo governo, o primeiro reembolso deve ser feito a partir de 24 de julho, diretamente na folha de pagamento dos beneficiários. Espera -se que o processo seja concluído sem disputas judiciais longas, beneficiando milhões de pessoas em todo o país.
Imagem: Marcelo Camargo/AgÊncia Brasil