Donald Trump Getty Images via BBC anunciando a imposição de 25% de tarifas para produtos importados na Índia nos Estados Unidos, Donald Trump usou a participação do país no BRICS como um dos fatores agravantes para sua decisão. “Eles têm o BRICS, que é basicamente um grupo de países que são United Antisters”, disse o presidente dos EUA a repórteres na Casa Branca na última quarta -feira (30/1). “É um ataque de dólar e não deixaremos ninguém atacar o dólar”. Trump também sinalizou a intenção de impor sanções aos países membros do bloco, mas não deu detalhes sobre a medida. O republicano já havia expressado a possibilidade após a última cúpula do BRICS no Rio de Janeiro, quando membros do bloco criticaram as políticas tarifárias dos EUA e propuseram reformas no Fundo Monetário Internacional (FMI) e a apreciação das principais moedas além do dólar. As importações brasileiras serão a meta de uma taxa de 50% a partir desta quarta -feira, 6 de agosto – quase 700 produtos, mas estará isenta da nova tarifa, incluindo suco de laranja, aeronaves e petróleo. O presidente dos EUA usou o processo no qual o ex -presidente Jair Bolsonaro (PL) é réu como a principal justificativa para a adoção de tarifas. Segundo Trump, seu aliado seria vítima de um “tratamento injusto” na ação que está sendo processada no Supremo Tribunal Federal (STF) para uma suposta tentativa de golpe. O republicano não mencionou diretamente o BRICS diretamente em suas justificativas sobre o Brasil, mas já havia declarado no início de julho que qualquer país que foi apresentado “com políticas anti -americanas do BRICS” receberia uma taxa adicional de 10%. “Não haverá exceções a essa política”, escreveu Trump em redes sociais na época. Mas o que explica a hostilidade de Donald Trump em relação ao grupo? Chefes de estado do Brasil, China, África do Sul e Índia e o Chanceler Russo na reunião do BRICS de 2023 Getty Images via BBC Uma alternativa ao mundo BRICS é atualmente formada pelo Brasil, Rússia, China, Índia, Irã, Indonésia, África do Sul, Árabes Unidos e Egito. O bloco representa quase metade da população mundial e 40% da riqueza produzida globalmente. Alguns analistas veem um elemento de escritor Anto no bloco, dada a presença de países como o Irã. Para Marta Fernandez, professora de relações internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e diretor do Centro de Políticas do BRICS, Trump também vê o bloco como uma força anti-hegemônica e, consequentemente, anti-americanos. “Desde a fundação, o bloco contesta os contornos do que chamamos de nova ordem mundial”, diz Fernandez. “O BRICS demonstrou um compromisso com uma ordem multipolar e mais descentralizada, tanto em termos políticos quanto financeiros e monetários. E isso desafia a hegemonia de que os Estados Unidos estão desfrutando desde a guerra pós-mundial”. Lucas Leite, professor da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), diz que a demanda de outros países para entrada no BRICS nos últimos anos pode ser entendida pelo governo de Trump como uma “ameaça” para os EUA. No início de 2024, Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes Unidos se juntaram ao quarteirão. Em janeiro de 2025, a Indonésia fez o mesmo. A Arábia Saudita e a Argentina foram convidadas a participar. O país sul -americano rejeitou a oferta, enquanto o poder do Golfo Pérsico não formalizou sua adesão até agora. Em 2023, as autoridades do BRICS declararam que mais de 40 países manifestaram interesse em fazer parte do grupo, incluindo Paquistão, Turquia, Argélia, Bolívia, Cuba e Cazaquistão. “Trump vê que o BRICS representa a possibilidade de escolha para outros países”, diz Leite. “E mais do que isso, a capacidade dos atores fora do Ocidente de agir e construir suas próprias alternativas sem necessariamente dependendo da lógica da negociação com os países ocidentais, especialmente com os EUA”. Também de acordo com o pesquisador, o bloco oferece alternativas a instituições como o FMI e o Banco Mundial através dos empréstimos do Banco Novo Desenvolvimento (NDB), conhecidos como “Banco dos BRICS”, e investimentos diretos de países como China e Índia. A busca por reformas em organizações internacionais, como o Conselho de Segurança das Nações Unidas e a Organização Mundial do Comércio (OMC), também pode ser vista como uma ameaça do atual governo dos EUA, diz Marta Fernandez. “O bloco contestou o poder de veto que os Estados Unidos possuem no sistema financeiro internacional, não apenas por meio da NBD, mas também das demandas por redistribuição do sistema de cotas da maior representação de países em desenvolvimento na Bretton Woods Institutions (como instituições como o FMI e o Banco Mundial, estabelecido durante a Conferência de Bretton Woods em 1944)” “” ” Ameaças à hegemonia em dólar? Trump diz que terminará o BRICS se o bloco avançar com a proposta de substituir o dólar nas negociações comerciais outro ponto que pode incomodar a Casa Branca, dizem os especialistas, são discussões sobre alternativas ao dólar conduzido dentro do bloco. O dólar é tradicionalmente a moeda usada nas transações comerciais entre os países membros do BRICS. Mas a idéia de criar uma opção ganhou força em 2023, com o apoio da Rússia a mudanças no formato da transação. Os bancos russos foram excluídos do sistema de pagamento Swift, que promove a comunicação entre instituições financeiras, como parte das sanções internacionais após a invasão da Ucrânia, e promoveu o estabelecimento de uma plataforma digital para transações entre membros do bloco e outras soluções para minimizar os impactos de bloqueio. O BRICS também expandiu o uso das moedas nacionais de seus membros no comércio doméstico, especialmente a Renminbi chinesa, e discutiu a criação de sua própria moeda. Nada oficial foi anunciado até agora, mas os líderes afirmam que pretendem continuar avançando nas discussões. “Estamos cansados de estar subordinados ao norte”, disse o presidente brasileiro Luiz Inacio Lula da Silva (PT), após o último cume do Brics no Rio de Janeiro. “Queremos ter independência em nossas políticas, queremos fazer mais livre comércio e as coisas estão acontecendo maravilhosamente. Estamos discutindo a possibilidade de ter uma moeda própria, ou talvez com as moedas de cada país que fabricamos comércio sem ter que usar o dólar”. Lula defende a adoção de uma moeda diferente do dólar para o comércio entre grupos do grupo por anos. Por tudo isso, diz Fernandez, Trump vê o BRICS “tentando desviar o dólar”. “Isso é percebido como um ato de guerra, como uma provocação existencial para os Estados Unidos”, diz o especialista. Durante um evento de criptomoeda em meados de julho, o presidente dos EUA ameaçou o quarteirão, dizendo que o BRICS terminaria “muito rapidamente” se ele seguisse seus planos. “Quando ouvi falar desse grupo BRICS, basicamente seis países, fiquei muito, muito chateado. Se eles realmente gradualmente se formarem, acabará muito rápido”, disse Trump, observando que ele estava comprometido em preservar a liderança global do dólar. As taxas contra o Brasil estão relacionadas ao BRICS? Nos últimos meses, o governo de Donald Trump anunciou taxas mais altas para praticamente todos os seus parceiros de negócios. Segundo o líder republicano, sua intenção é criar “tarifas recíprocas” para restaurar um campo de jogo “justo”, forçando as nações a reduzir as barreiras comerciais e corrigir déficits bilaterais. Além da Índia, outros membros do BRICS foram afetados pelas tarifas. O Brasil recebeu uma das taxas mais altas do mundo, 50%. A Etiópia, o Egito e os Emirados Árabes Unidos enfrentarão uma taxa de 10%, 19%da Indonésia e África do Sul e 30%da China. Essas taxas começam a ser aplicadas esta semana. A China, no entanto, segue um calendário distinto e ainda faz negociações diretas com as autoridades dos EUA e deve começar a ser tributado em 12 de agosto. Para Lucas Leite, a participação do BRICS no BRICS provavelmente influenciou a decisão de Trump de incluí -los em sua tarifa, mas não foi a única razão. “As taxas para os países do BRICS variam muito e até a Índia, que é um aliada dos Estados Unidos, foi afetada”, diz o professor do FAAP. “Na prática, esses impostos foram usados por Trump como um mecanismo geopolítico, chantagem, dominação e controle de mercado”. A taxa anunciada contra o Brasil também é vista como diferenciada porque é a única que relaciona a medida a uma questão totalmente política pelo julgamento responsável de Bolsonaro pela tributação. O Brasil também é um dos poucos países do mundo cujo comércio americano resultou em um excedente para os americanos até 2024 (US $ 7,4 bilhões). A ordem executiva que confirma a adoção da taxa de 50% nos produtos brasileiros vendidos para os EUA foi assinada por Trump em 30 de julho. Qual é o ‘efeito Trump’ no quarteirão? Os vídeos em ascensão no G1 Fernandez, no entanto, proporcionam um efeito sobre as tarifas e ameaças do governo de Trump contra o BRICS na vida cotidiana do quarteirão. Segundo ela, a ausência do presidente chinês Xi Jinping na cúpula do Rio de Janeiro pode ser interpretada como uma tentativa de enviar sinais positivos para os EUA, pois a reunião ocorreu exatamente como Pequim negocia a redução das tarifas com Washington. “Parece haver uma tentativa de Trump de co -óptica de cada país do BRICS individualmente”, diz o analista, citando o acordo bilateral fechado entre nós e a Indonésia para reduzir a tarifa inicialmente anunciada. “Isso pode ter um impacto no BRICS no curto prazo, mas, por outro lado, a médio e longo prazo, pode até gerar maior coesão interna, porque uma das atrações do grupo é precisamente sua tentativa de se juntar ao que é visto como arrogância imperial”. Além disso, de acordo com o especialista, as taxas acabarão por forçar os países a procurar novos parceiros de negócios – e o BRICS oferece uma boa plataforma para ela. Lucas Leite também acredita que o bloco pode ser fortalecido pelas mais recentes ações americanas. “Tudo o que Trump tem acelerado a coesão do grupo e a adição de novos atores”, diz o professor, que também aponta para uma aceleração de nós “decaimento relativo” no cenário global. “Não é uma deterioração absoluta, mas uma deterioração relativa em relação, por exemplo, para a China, que se torna vista como um ator mais confiável que pode negociar e que realmente defende o livre comércio”.
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