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terça-feira, setembro 16, 2025

Pacientes do SUS esperam, em média, mais de um mês além do prazo para diagnóstico e tratamento do câncer

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A Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC), sancionada em 2023, transformou -se em obrigação legal o que anteriormente era apenas nas regras do Ministério da Saúde. O Adobestock, uma pesquisa sem precedentes do movimento, todos juntos contra o câncer (TJCC), obtido exclusivamente pelo G1, revela que os pacientes do sistema de saúde unificado (SUS) ainda esperam muito além da lei para receber atendimento ao câncer. Em média, há 50 dias até o diagnóstico e 75 dias até o início do tratamento. A política nacional de prevenção e controle de câncer (PNPCC), sancionada em 2023, prevê prazos menores: até 30 dias para exames e 60 dias para o início da terapia. Na prática, portanto, pacientes com suspeita de câncer esperam, em média, mais de um mês do que o esperado no padrão. À medida que o estudo foi realizado, a pesquisa foi lançada na manhã de terça -feira (16) durante o 12º Congresso, todos juntos contra o câncer. A equipe analisou dados do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e também recorreu à lei sobre o acesso à informação (LAI) para solicitar dados de todos os estados e capitais. Houve 34 respostas de 21 estados, distrito federal e 12 capitais – incluindo Belo Horizonte, Recife, Manaus, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. Mais de um terço da gerência, no entanto, não respondeu no prazo. No total, 36% ignoraram a solicitação, incluindo 18,5% dos estados e 55,6% das capitais. Para a médica sanitária Catherine Moura, CEO da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) e líder do TJCC, o estudo é uma fotografia necessária. “Uma lei só funciona se for implementada. Queríamos entender como os gerentes estão organizando, quais modelos de governança estão adotando e se o oncologia é realmente prioritária. Muitos relatam que sim, mas os dados mostram outra realidade: grandes atrasos, descontinuidade de tratamentos e pacientes que precisam mover centenas de quilômetros para trás”, diz ele. As diferenças regionais Brasil hoje têm dois cenários muito diferentes. O sul e o sudeste têm indicadores mais próximos disso, enquanto o norte e o nordeste concentram os maiores gargalos. Os pacientes dessas regiões enfrentam atrasos significativos e, em alguns casos, viajam mais de três dias para um centro de referência. Catherine Moura explica que a desigualdade tem origem estrutural. “No norte e nordeste, o clima está excedendo 150 dias. Isso ocorre porque a rede de cuidados primários não está organizada, não há centros especializados e a infraestrutura é insuficiente. O resultado é diagnóstico tardio, tratamento tardio e resultados inadequados. Oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein e um membro do Instituto que supere o câncer, Abraham Dornellas acrescenta: “O Brasil é um país continental. O acesso a São Paulo não se compara ao acesso a Amazonas, onde muitas rotas ainda são feitas por rios. O tempo é a vida de especialistas, esperar entre suspeita e tratamento é um divisor de águas. “Na oncologia, o tempo é a vida, o tempo é a cura. Quanto mais cedo o diagnóstico for feito, maiores são as chances de curar. Da mesma maneira, mais necessário para iniciar o tratamento, pior é o prognóstico”, diz Dornellas. Ele ressalta que os atrasos podem transformar o câncer inicial, com uma alta taxa de cicatrização, em uma doença avançada e difícil de controlar. “O cumprimento dos prazos legais mudaria o histórico de muitos pacientes: diagnósticos mais precoces, tratamentos menos agressivos e sobrevivência de qualidade. A cada semana conta, e todo mês perdido pode significar a diferença entre cura ou apenas tentar controlar a doença”. Catherine Moura concorda: “O diagnóstico precoce permite que o câncer seja tratado mesmo como uma doença crônica, como hipertensão ou diabetes. Mas quando o tratamento chega tarde, o sistema falha duas vezes: perde vidas e gasta mais em tratamentos que não são mais a mesma eficácia”. Avanços tímidos, mas insuficientes, apesar das falhas, a pesquisa aponta alguns movimentos. Quase metade dos estados revisou protocolos de oncologia, outros 50% estão em atualização. Entre as capitais, 58% fizeram ajustes recentes. Além disso, 86% promovem o treinamento para profissionais e 82% disseram ter centros qualificados – embora alguns ainda sem funcionamento total. Ainda assim, apenas dois estados – Rio Grande do Sul e Rondônia – têm um plano exclusivo para oncologia. Nos outros, as ações parecem diluídas nos planos de saúde do estado, sem objetivos específicos. Outro gargalo é a navegação do paciente – monitoramento de jornada individual, diagnóstico para tratamento. Apenas 38% dos estados e capitais têm programas formais nessa área. “Muitos pacientes chegam sozinhos ao sistema, sem saber onde procurar ajuda. Quando se seguem, podem organizar melhor o tratamento e seguir as diretrizes. Isso aumenta as chances de bons resultados”, explica Dornellas. Sociedade civil Monitorando a Política Nacional de Prevenção e Controle de Câncer (PNPCC), sancionada em 2023, transformou -se em obrigação legal o que anteriormente era apenas nas regras do Ministério da Saúde. A lei define diretrizes para toda a linha de atendimento ao câncer, desde a atenção e prevenção primária, através do diagnóstico e tratamento adequados até a navegação do paciente, reabilitação e cuidados paliativos. O PNPCC também fortalece a governança: obriga estados e municípios a estruturar planos claros para oncologia, estabelece o máximo de prazos de serviço (30 dias para diagnóstico e 60 para o início do tratamento) e fornece financiamento contínuo para garantir a sustentabilidade do sistema. Segundo Catherine, dando à política o status de lei era essencial para “tomar oncologia a partir da condição de recomendação técnica e colocá -la como um direito de estado, com perpetuidade e obrigação de cumprir”. “A política agora tem status de lei federal, mas só será eficaz se houver um compromisso real dos gerentes. Ainda estamos longe de ter um sistema igual e centrado no paciente”, diz ele. Com as terapias modernas, o câncer se tornará uma doença crônica controlável



g1

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