A pesquisa analisou mais de 800 tumores de pessoas com câncer de pulmão, mas nunca fumou. A análise mostrou que a exposição à poluição causa alterações genéticas semelhantes às dos cigarros. A queima de fumaça assumir o controle da PARÁ TV Globo/Reproduction Air Pollution está associada a uma série de mutações de DNA que causam câncer de pulmão. Foi isso que um estudo publicado na revista Nature, que analisou tumores de mais de 800 pacientes com a doença, mas nunca fumou. O câncer de pulmão é grave e um dos mais letais do mundo. A maioria dos casos ocorre em pacientes que fumaram há anos. No entanto, nos últimos anos, houve um aumento na taxa de pessoas com a doença que nunca fumaram. Eles representam cerca de 25% dos casos no mundo. Com isso, pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego e do National Cancer Institute (NCI), parte do National Health Institutes (NIH), se juntaram a entender o que estava acontecendo. O estudo, publicado na quarta -feira (2), traz a maior análise completa do genoma já realizada em casos de câncer de pulmão em pessoas que nunca fumaram. O objetivo era entender quais mutações estavam ligadas ao surgimento da doença. A descoberta? Quanto mais altos os níveis de poluição do ar em uma região, mais causadores e promotores de câncer estavam presentes nos tumores desses pacientes. “Nossa pesquisa mostrou que a poluição do ar está fortemente associada aos mesmos tipos de mutações de DNA que geralmente associamos ao tabagismo”, explica Ludmil Alexandrov, pesquisador do estudo e professor de bioengenharia e medicina celular e molecular da Universidade de San Diego. O jovem viciado em vape diz que acordou ao amanhecer para fumar como o estudo foi feito? Scientists Os cientistas analisaram todo o código genético de tumores pulmonares removidos de 871 pessoas que nunca fumaram. Os pacientes eram de 28 cidades em diferentes regiões do mundo: Europa, América do Norte, África e Ásia. Com as amostras, eles realizaram uma análise completa do genoma, um processo que mapeando todo o material genético para identificar variações, mutações e padrões. Foi a primeira vez que esse tipo de análise foi realizado em casos de câncer de pulmão em não -fumantes. Além disso, os pesquisadores cruzaram dados genéticos com estimativas de poluição com base em medidas de partículas finas satélite. Assim, eles foram capazes de calcular a exposição a longo prazo dos indivíduos à poluição do ar. O estudo relaciona a poluição a mutações genéticas que causam câncer Luiz Fernando Rocha O que eles descobriram? A principal descoberta foi que as pessoas expostas à poluição tinham mutações no câncer. Alguns deles, os mesmos encontrados em fumantes. Quanto maior a exposição à poluição, mais mutações genéticas foram detectadas. Ao comparar pacientes expostos à poluição com fumantes passivos, os cientistas descobriram que o grupo exposto à poluição teve ainda mais mudanças genéticas. E como eles chegaram a essa conclusão? As análises revelaram uma associação entre exposição à poluição do ar e mutações no gene TP53. Esse gene atua como um “guardião” do genoma e atua como supressor de tumor. Para ter uma idéia, o tabagismo também está associado a mudanças nesse gene. Os pesquisadores também observaram uma ligação entre poluição do ar e telômeros mais curtos – estruturas localizadas nas extremidades dos cromossomos. Com o tempo, os telômeros diminuem, o que reduz a capacidade da célula de replicar com precisão, aumentando o risco de câncer. O estudo mostrou que em pessoas expostas à poluição, os telômeros já eram mais curtos em idades mais jovens, antecipando esse processo. Os próximos passos pesquisadores pretendem expandir o estudo para incluir casos de câncer de pulmão em pessoas que nunca fumaram na América Latina, no Oriente Médio e em outras regiões da África. Eles também querem investigar outros fatores de risco. Um dos focos será o uso de maconha e cigarros eletrônicos, especialmente entre os jovens que nunca fumaram tabaco.
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