Por que nos sentimos mais preguiçosos no inverno e como superar? Adobe Stock Essa preguiça de sair da cama no inverno tem explicação científica. É que, em tempos mais frios, a temperatura corporal também diminui e o corpo agora prioriza funções internas essenciais. Nosso corpo precisa produzir mais calor e gastar mais energia para manter a temperatura, o que eleva o gasto basal de tão chamado. Portanto, mesmo sem muito esforço, o corpo consome mais energia. O resultado: mais sono, menos disposição e um desejo constante de estar sob as cobertas. Além disso, os dias mais curtos influenciam o ritmo circadiano – ritmo biológico que guia o corpo no sono e na comida. Com menos exposição ao sol, o corpo reduz a liberação de serotonina, um hormônio preso ao bem-estar e ao humor. Isso pode causar desânimo e impactar diretamente o arranjo. E essa redução tende a tornar as pessoas mais desanimadas e menos dispostas ao longo do dia. “A temperatura mais baixa reduz a vasodilatação periférica e a sensação de ‘alerta’, favorecendo um estado de economia de energia. Em termos evolutivos, é um mecanismo de proteção que coletam para preservar o calor e a energia vital”, acrescenta o médico Camila Cianco. Vitamina D: Benefícios, sintomas de falta e como substituir no frio, o corpo precisa produzir mais calor para se aquecer. Para isso, o cérebro (mais precisamente o hipotálamo) fornece um sinal para liberar hormônios que ativam a tireóide. Essa ativação aumenta a produção de calor – um processo chamado termogênese. Mas se a tireóide não conseguir acompanhar essa demanda extra, a pessoa pode se sentir mais cansada, explica o endocrinologista e o professor da Unifesp Carolina Janovsky. As noites mais longas também estendem a liberação de melatonina, um hormônio que induz sonolência, enquanto a luz solar reduzida diminui o “estoque” da serotonina cerebral, ligada à energia e ao humor. Além disso, a maior ingestão calórica típica do inverno reforça a sensação de letargia. O que fazer para combater essa preguiça? Evidências científicas enfatizam que a “preguiça” do inverno não é mero capricho, mas o resultado de ajustes hormonais, ambientais e comportamentais – fatores que podemos diminuir com luz, movimento e alimentos equilibrados, diz Janovsky. Confira as dicas para combater esta preguiça: Iote: priorize proteínas magras, grãos integrais, frutas, vegetais e fontes ômega-3: essas escolhas estabilizam o açúcar no sangue e evitam picos de sonolência. Mantenha os níveis adequados de vitamina D (individualizados, se necessário) também ajudam no humor e na imunidade. Faça uma verificação hormonal e de vitamina D se a fadiga for desproporcional. “É importante trabalhar com o inverno e não contra ele. Esta é uma estação que convida a coleta e a introspecção, mas isso não significa abandonar os cuidados com os alimentos. Vale a pena apostar em alimentos quentes, nutritivos e fáceis de digerir, o que ajuda a manter a energia corporal. Sopas, calçados, punções, como gengibre, canela e açafrão. Atividade física: tente pelo menos 30 minutos de exercício diário: ao ar livre da manhã, adicione luz e movimento naturais. Nos dias de chuva, os aplicativos de treinamento em casa mostram boa eficácia para manter o gasto de energia no inverno, os destaques de Janovsky. “A regularidade é mais importante que a intensidade. Mova o corpo diariamente – mesmo com práticas mais suaves, como ioga, caminhar ou esticar – ajuda a liberar endorfinas e ativar o metabolismo. A exposição à luz natural no início da manhã, mesmo em dias nublados, também é essencial para regular o ritmo circadiano”, acrescenta Ciancio. Light Light Light: Abra as janelas assim que você acordar ou usar caixas de fototerapia (10.000 lux por 20 ou 30 min) comprovadas para melhorar a disposição e impedir sintomas depressivos sazonais. Menos exposição à luz à luz é a principal causa do distúrbio afetivo sazonal (TAS)-uma depressão ligada a queda recorrente e redução de luminosidade, de acordo com a 5ª edição do manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-5). “A luz natural sincroniza nosso relógio biológico. Quando está faltando, os circuitos de humor do cérebro impactam, favorecendo a imagem depressiva”, diz Janovsky. “Sem luz suficiente durante o dia, o corpo produz menos serotonina e mais melatonina fora do tempo, o que explica sintomas como sonolência diurna, mudanças de humor e distúrbios do sono”, diz Cianco. Hydration Hidratação: Especialistas destaca a importância do fortalecimento da hidratação, porque o aquecimento e o ar seco aumentam as perdas de água. Vida social: • Mantenha contatos sociais. O isolamento agrava a queda do humor. Compreendendo o extremo mesmo sabendo que é natural ter menos disposição no inverno, se o indivíduo não estiver bem ao extremo, é importante procurar atendimento médico. Além da mudança hormonal, o frio favorece comportamentos de isolamento, menor exposição ao ar livre e alterações no padrão alimentar – que podem gerar um ciclo vicioso de baixa energia, desânimo e até sintomas depressivos, de acordo com a Cianco. E esses sintomas devem ser cuidadosamente acompanhados, especialmente se persistirem por muitas semanas, pois podem indicar imagens clínicas que merecem avaliação profissional. “Quando os sintomas são intensos ou persistentes, devemos pensar em TAS, hipovitaminose D, hipotireoidismo ou anemia. Nesses casos, é essencial procurar ajuda médica. Existem tratamentos seguros como fototerapia, psicoterapia e quando indicados, medicamentos”, alerta Janovsky. Leia também: Como fazer higiene do sono? Veja quais são os maiores inimigos de uma noite restauradora mais de 8 horas é preguiçoso? Eu sou um ‘grande datas’? Veja as respostas e qual é o momento certo de reparar o sono, mesmo sabendo que é natural ter menos disposição no inverno, se o indivíduo não estiver bem no extremo, é importante procurar um médico
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