O Brasil pode estar prestes a adotar um novo modelo de multas de trânsito. Um projeto de lei em processo na Câmara dos Deputados propõe que a quantidade de multas será proporcional ao preço do veículo.
A iniciativa busca corrigir as disparidades econômicas e promover a justiça no sistema de tráfego brasileiro. Entenda os impactos da proposta, como as penalidades e as próximas etapas para aprovação serão calculadas.
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O que diz o Bill 78/25?

Apresentado pelo deputado federal Kiko CELEGUIM (PT-SP)O projeto de lei 78/25 visa alterar o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) para tornar o sistema de multas mais justo. Hoje, o valor das penalidades é fixo e varia apenas de acordo com a gravidade da infração: leve, média, grave ou muito grave.
No entanto, essa lógica penaliza os fatores de baixa renda mais fortemente, que sentem os impactos financeiros de uma multa mais.
A proposta sugere que o valor da multa é calculado com base no valor de mercado do veículo usado na infração. Assim, a penalidade será proporcional à condição econômica do agressor.
Como as novas multas serão calculadas?
O texto do projeto estabelece porcentagens fixas a serem aplicadas ao valor do carro:
Gravidade da infração | Porcentagem proposta |
---|---|
Luz | 0,1% do valor do veículo |
Média | 0,15% do valor do veículo |
Sério | 0,2% do valor do veículo |
Muito sério | 0,35% do valor do veículo |
Exemplo prático
- Carro popular avaliado em R $ 30 mil:
- Luz fina: r $ 30;
- Multa séria: r $ 60;
- Muito grave: r $ 105.
- Carro de luxo avaliado em R $ 120 mil:
- Luz bem: r $ 120;
- Multa séria: r $ 240;
- Muito grave: r $ 420.
Essa metodologia tornaria as penalidades mais sentidas por aqueles que dirigem veículos mais caros – em teoria, pessoas com maior poder de compra.
Como o valor dos veículos será definido?
O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) será responsável por estabelecer e atualizar a tabela de valores do veículo anualmente. Essa referência oficial será usada como base para o cálculo de multas, evitando discrepâncias ou distorções no valor cobrado.
O que permanece inalterado?
Apesar da mudança proposta no cálculo financeiro das multas, outros aspectos do CTB não serão modificados:
- O Sistema de pontuação CNH permanece o mesmo;
- As classificações de infrações (leve, médio, grave, muito grave) continuam com a mesma lógica;
- Apelações e procedimentos para contestar multas também não mudam.
Quais são os próximos passos para o projeto?
O processamento do projeto de lei 78/25 ainda está nos estágios iniciais. Ele precisa seguir as etapas a seguir antes de se tornar lei:
Análise em comissões temáticas:
- Comissão Estrada e transporte;
- Comissão Finanças e tributação;
- Comissão Constituição e justiça e cidadania (CCJ).
Aprovação no Congresso:
Se aprovado nas comissões, o projeto vai para a votação no Plenário da Câmara dos Deputados E então no Senado federal.
Termo para entrada em vigor:
Se o projeto for sancionado pela presidência da República, a nova legislação será regulamentada até 90 dias e entrará em vigor até 180 dias Após sua publicação.
Qual é o objetivo da mudança?
A proposta procura promover Patrimônio líquidoAjustando a penalidade ao poder econômico do agressor. Hoje, um motorista de carro no valor de US $ 15.000 e um carro de um carro de US $ 300.000 paga a mesma multa por uma infração idêntica.
Ao adotar um modelo de coleta proporcional, o projeto pretende:
- Torne o sistema mais razoavelmente socialmente;
- Reduzir impunidade entre motoristas altos;
- Aumentar Eficácia das multas como um instrumento educacional e dissuasivo.
Como isso afeta os drivers de baixa renda?
Motoristas de carros populares seriam beneficiado diretamentecom multas mais leves do ponto de vista financeiro. Essa mudança reconhece que o impacto de uma penalidade de US $ 130, por exemplo, é muito maior para aqueles que têm menor renda.
Além disso, a proposta pode gerar maior Aceitação pública de penalidadescomo eles serão vistos como mais justos e mais equilibrados.
Crítica e controvérsias
Apesar da intenção de promover a justiça, a proposta também aumenta questões:
Complexidade do aplicativo
Implementar um sistema baseado em valor de mercado pode tornar o processo mais burocrático e sujeito a Diferenças de avaliação Preços do veículo.
Possível aumento de fraude
Especialistas alertam sobre o risco de Fraudes na declaração do valor dos veículosSe não houver controle rigoroso por parte das agências de contrato e tráfego.
Percepção da injustiça reversa
Motoristas de carros mais caros podem sentir discriminado ou punido excessivamente, especialmente em casos de infrações menos graves.
Comparado ao modelo atual
Critério | Modelo atual | PL 78/25 Proposta |
---|---|---|
Base da multa | Valor fixo por violação | Porcentagem sobre o valor do carro |
Justiça social | Baixo | Alto |
Facilidade de aplicação | Alto | Média |
Impacto para carros de luxo | Baixo | Alto |
Impacto para carros populares | Alto | Baixo |
As multas progressivas já são usadas em outros países?

Sim, o modelo de multas proporcional à renda ou ativo do agressor Já é adotado em países como a Finlândia e a Suíça. Nessas nações, as penalidades variam de acordo com Declaração de Imposto de Renda ou salário mensalcom o objetivo de tornar o sistema mais eficaz e dissuasivo.
Conclusão
A proposta de PL 78/25 representa um Mudança estrutural na maneira como o Brasil lida com violações de trânsito. Ao considerar o valor do carro como base para o cálculo de multas, o projeto busca corrigir as desigualdades históricas no sistema de penalidade.
Embora ainda esteja em análise, a proposta tem o potencial de transformar o cenário de trânsito brasileiro, promovendo Justiça, eficiência e conscientização entre os motoristas de todas as classes sociais.
Imagem: Freepik / Edição: Seu crédito digital