Um artigo disponível no servidor de pré-impressão arxivque aguarda a revisão de pares de validação, revela que o satélite de pesquisa de exoplanet da NASA (TESS) registrou o Comet 3i/Atlas cerca de dois meses antes da descoberta oficial desse corpo celestial – o terceiro objeto interestelar já detectado no sistema solar.
Os planetas da agência espacial dos EUA não foram os únicos a pegar o visitante antes de 1º de julho, quando ele foi oficialmente catalogado. Isso também foi feito pelo Observatório de Vera C. Rubin, uma instalação recém -aberta no Chile, que observou o objeto em 21 de junho.
No entanto, o que é surpreendente é que o TESS não foi projetado para detectar visitantes interestelares ou corpos fracos. É a missão de analisar a queda temporária no brilho de uma estrela causada pela passagem de um objeto na frente dela e, assim, descobrindo os exoplanetas chamados (mundos fora do sistema solar).
Tess capturou o objeto interestelar 3i/atlas entre maio e junho
Ao saber da descoberta de 3i/Atlas, os pesquisadores Adina Feinstein e Darryl Seligman, da Universidade Estadual de Michigan, e John Noonan, da Universidade de Auburn (ambos), decidiram revisar os registros do TESS. O satélite estava observando com precisão a mesma região do céu na época, o que aumentou as chances de encontrar pistas.
E a pesquisa funcionou: o equipamento registrou a presença do “estranho” entre 7 e 2 de junho. Como o cometa se move muito mais rápido que as estrelas, os cientistas tiveram que recorrer a uma técnica chamada “empilhamento de viagens”. O método consiste em prever a posição do objeto em cada imagem, reposicionar as capturas para alinhá -lo e sobrepor os registros, revelando um sinal claro que seria invisível em uma única foto.
No início da janela de observação, o 3i/Atlas estava a uma distância de cerca de 6,35 unidades astronômicas (UA) do sol, atingindo 5,47 (UA) no final de 26 dias. [Lembrando que 1 UA é a distância entre a Terra e o Sol, que é de cerca de 150 milhões de km].
Durante esse período, o brilho aumentou cinco vezes. No entanto, a redução de 0,88 UA justificaria um aumento de apenas 1,5 vezes, o que levantou suspeitas sobre o fenômeno.

A especulação variou de falhas simples de medição a hipóteses ousadas, como o objeto poderia ser uma tecnologia alienígena. Os autores do estudo, no entanto, acreditam que a explicação é a liberação de compostos “hiperproof”, como dióxido e monóxido de carbono – o que é confirmado em medições feitas pelo telescópio da NASA James Webb (JWST), conforme relatado por Visual digital.
Ao contrário da água, esses materiais sublimados a temperaturas mais baixas, causando um intenso aumento de brilho, mesmo quando um cometa ainda está longe do sol.

Leia mais:
Os dados do arquivo podem ocultar informações importantes
A análise sugere que os cometas de outros sistemas estelares podem ter composições diferentes das encontradas nos nativos. Essa diferença ajuda a entender por que 3i/atlas tiveram um comportamento tão peculiar em comparação com os cometas locais.
Os cientistas também tentaram medir a rotação de seu núcleo, mas não obtiveram resultados claros. Acredita -se que coma (a nuvem de gás e poeira ao redor do núcleo) tenha oculto sinais visíveis de rotação, impossibilitando a detecção de variações de brilho associadas a esse movimento.
Cada novo visitante interestelar expande o conhecimento sobre objetos que se formaram em outros cantos da galáxia. Este estudo reforça a importância dos arquivos de reexaminação de telescópios e satélites, pois informações valiosas podem estar ocultas em dados antigos. E certamente ainda há muito a ser descoberto sobre esse misterioso viajante cósmico que está voando aqui.