Neste domingo (31), a nave espacial de suco, a missão interplanetária mais avançada da Agência Espacial Europeia (ESA), está programada para voar sobre Vênus, realizando uma manobra crucial para chegar a Júpiter em 2031.
Isso só será possível porque a comunicação com a espaçonave foi recuperada nesta semana, após um contato interrompido com a Terra por cerca de 20 horas – o que poderia ter significado o fim prematuro da missão.
Acrônimo de “JuPiter CIY luas Explorer”(Explorador das luas geladas de Júpiter), o Juice foi lançado a bordo de um foguete Ariane 5 da Guiana Francesa em abril de 2023 em direção ao sistema Júpiter, onde estudará a gigante gastratura e três de seus quatro gigantes da Galileia – Ganimedes, Calisto e Europa.
O transbordamento de Vênus será o segundo das quatro assistências gravitacionais planejadas para a espaçonave, depois de voar entre a Lua e a Terra no ano passado, com o mesmo objetivo de tomar impulso para chegar ao destino final dentro do cronograma definido.
O transbordamento em Vênus exigiu a agilidade da equipe no reparo
Em 16 de julho, uma falha de comunicação deixou os engenheiros da ESA em alerta. O suco apagou inesperadamente, e um teste de conexão com a antena de cerimônias na Espanha não pôde restaurar o contato com a sonda.
O protocolo de comunicação serve para verificar a telemetria e o estado dos sistemas de naves espaciais. Sem o retorno, os operadores tiveram que investigar possíveis falhas e encontrar uma solução rápida. Em um comunicaçãoAngela Dietz, gerente de operações de suco, disse que “perder o contato com uma espaçonave é um dos cenários mais graves que podemos enfrentar”.
Depois de descartar problemas de infraestrutura terrestre, os técnicos reduziram as causas a duas hipóteses: um desalinhamento da antena de ganho médio ou uma falha no amplificador do sistema de comunicações. Ambos podem impedir que a investigação envie ou recebesse dados essenciais.
A equipe avaliou duas estratégias: enviando comandos “cegos” para tentar ativar a antena de reserva ou aguardar o próprio navio reiniciar seus sistemas automaticamente. Com o curto período de tempo antes do transbordamento de Venus, a espera não era viável, o que tornou a primeira opção a única alternativa segura.
O suco fica a cerca de 200 milhões de quilômetros da Terra, no lado oposto do sol, e a comunicação leva 22 minutos em cada direção. Por 20 horas, os operadores enviaram transmissões repetidas, finalmente conseguiram realizar a antena e restaurar o contato com a sonda, que retornou a operar normalmente.

O problema foi identificado como um erro no software de tempo, que controla quando o amplificador de comunicações deve ligar e desligar. Uma atualização foi enviada à SpaceCraft para corrigir o defeito e evitar mais interrupções. Com isso, os preparativos para o transbordamento de Vênus foram capazes de seguir conforme o planejado.
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O suco pode se tornar a primeira espaçonave a orbitar uma lua de Júpiter
A reunião com Vênus no domingo está programada para as 4:28 da manhã (horário de Brasília). Durante a abordagem, o suco capturará parte do impulso gravitacional do planeta, acelerando em direção à próxima manobra, que ocorrerá com a Terra em setembro de 2026. Um segundo transbordamento da Terra em 2029 dará à SpaceCraft a velocidade final para chegar a Júpiter em julho de 2031.
Ao contrário do transbordamento anterior da Terra/Lua, desta vez nenhuma imagem do planeta Vênus será capturada. Por razões de calor, os sensores de suco ficarão temporariamente desligados e a ESA deve divulgar um relatório com dados científicos e técnicos após a manobra.
Ganimedes, Callisto e Europa são alvos promissores porque podem abrigar oceanos sob suas camadas de gelo. Espera -se que a sonda de suco gaste 2,5 anos no sistema Júpiter, realizando 35 abordagens de luas geladas, procurando pistas sobre a possibilidade de vida extraterrestre.
No final da missão, a ESA pretende colocar o julgamento na órbita de Ganimedes, tornando -a a primeira espaçonave a orbitar um satélite natural de Júpiter. Este passo histórico permitirá estudos detalhados de sua superfície e ambiente, oferecendo informações sem precedentes sobre a maior lua do sistema solar.