Riscos aumentam no caso de atividades ao ar livre em dias extremamente quentes e poluídos e podem prejudicar até crianças saudáveis
Nos últimos anos, houve um aumento de quase 40% no número de pessoas com doenças respiratórias crônicas. Um cenário que pode ser explicado pelos efeitos das mudanças climáticas em nosso planeta.
Agora, uma ampla revisão de estudos publicados pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) apontou que um grupo específico é mais impactado. Foi identificado um risco aumentado de desenvolvimento de doenças alérgicas e infecções em crianças.

As crianças são mais suscetíveis a problemas
- No artigo, pesquisadores da Universidade Federal de Pampa, Rio Grande do Sul e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) alertam que o avanço da industrialização e a intensificação de eventos climáticos extremos contribuíram para o aumento global de doenças respiratórias.
- Segundo eles, as crianças, especialmente asmáticas, são particularmente suscetíveis a impactos respiratórios.
- Esse risco é agravado por atividades ao ar livre em dias extremamente quentes e poluídos.
- A informação é de Folha de São Paulo.
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Comprometimento do desenvolvimento total da função pulmonar
A equipe responsável pelo trabalho explica que o aumento da temperatura e a elevação das chuvas, por exemplo, pode levar a mudanças na permeabilidade do epitélio das vias aéreas. Isso acaba piorando a inflamação dessa maneira, que é agravada pela maior exposição a poluentes atmosféricos e domésticos.
As crianças de asma ou rinite alérgica naturalmente têm um certo grau de inflamação nessas vias aéreas. Quando expostos a fatores como poluição e aumento de temperaturas que intensificam esse processo inflamatório, eles enfrentarão ainda mais dificuldades.

Mas mesmo menores saudáveis podem ser afetados. As casas afetadas pelas inundações podem ter paredes mofadas e úmidas que podem desencadear crises alérgicas. Além disso, a poluição do ar nas residências aumenta as chances de desenvolver várias infecções e doenças respiratórias.
A exposição a esses poluentes compromete o desenvolvimento total da função pulmonar e reduz a capacidade dos pulmões de lidar com a agressão futura. Como resultado, o risco de dano pulmonar ainda na infância é alto.

Colaboração para a aparência digital
Alessandro Di Lorenzo é formado em jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e trabalha na área desde 2014. Ele trabalhou nas redações da Bandnews FM em Porto Alegre e São Paulo.