O novo padrão que expande a inspeção da fintech foi anunciada após a descoberta de um esquema bilionário de lavagem de dinheiro
Os fintechs foram usados para lavagem de dinheiro nas principais operações contra crimes organizados. Esta foi a conclusão de uma investigação promovida pelo IRS que descobriu um esquema bilionário de lavagem de dinheiro e fraude no setor de combustível.
Por esse motivo, essas instituições financeiras que usam a tecnologia para inovar no mercado agora terão as mesmas obrigações que os bancos tradicionais. Isso significa que eles precisarão informar sobre transações atípicas de seus clientes.

Regras diferentes favoreciam a prática de crimes
- A fintechs são empresas que usam a tecnologia para oferecer serviços financeiros de maneira mais simples e rápida do que os bancos tradicionais.
- De acordo com a receita, o crime organizado explorou essas empresas para lavar dinheiro “porque há um vácuo regular”.
- Até agora, eles não tinham “as mesmas obrigações de transparência e provisão de informações para todas as instituições financeiras do Brasil por mais de 20 anos”, diz a agência.
- As investigações revelaram que a maioria dos fintechs envolvidos no esquema criminal eram vizinhos de porta.
- Muitos responsáveis por lavar o dinheiro do PCC até compartilharam o mesmo endereço.
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Fintechs precisará enviar informações sobre transações
Após a operação, uma nova instrução normativa foi divulgada pelo IRS. Já publicada no Gazette Oficial Federal, ela enquadra fintechs como instituições financeiras regulares, bem como os grandes bancos do país. De acordo com o ministro das Finanças, Fernando Haddad, isso “aumenta o potencial de inspeção de receita e a parceria da receita com a polícia federal para alcançar os sofisticados esquemas de lavagem de dinheiro que o crime organizado usou”.
A partir de agora, os fintechs precisarão enviar informações através do E-Finance, um sistema usado desde 2015 pelos bancos para comunicar movimentos financeiros às autoridades tributárias e financeiras. Esta plataforma permite a interseção de informações entre o IRS e o banco central. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) também recebe essas informações para sua análise do combate à lavagem de dinheiro.

De acordo com a receita, o sistema não requer detalhes de cada transferência bancária, mas apenas a quantidade de insumos e saídas mensais consolidadas em nome e por contribuinte. Isso significa que as datas, a modalidade das operações (se feitas por PIX, TED, DOC ou Bank ou ATM, não são identificadas, por exemplo), nem a razão das transações. A obrigação de transferir os dados válidos para transações que excedem US $ 5.000 mensalmente para indivíduos e US $ 15.000 para entidades legais. A informação é de BBC.
O que muda é que os fintechs agora terão que reforçar sua governança corporativa, rastreando todo o dinheiro que circula por essas empresas. Ou seja, se você tiver uma transação suspeita, não consistente com essa pessoa ou empresa, ou muito atípica, a FinTech terá que avisar o banco central e a coaf, bem como perguntar ao cliente.
Fernando Canutto, especialista em direito comercial e parceiro da Godke Advogados

Colaboração para a aparência digital
Alessandro Di Lorenzo é formado em jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e trabalha na área desde 2014. Ele trabalhou nas redações da Bandnews FM em Porto Alegre e São Paulo.