Domingo passado (7), a lua desfilado vermelho (ou quase) à noite diante de nossos olhos. Um espetáculo cósmico tão impressionante quanto previsível. Hoje, podemos explicar com precisão todos os detalhes de um eclipse lunar, mas para nossos ancestrais, esses eventos foram cercados por apreensão e mistério. A lua de repente perdeu seu brilho e ficando avermelhada … os deuses iriam irritar? Ou qualquer fera cósmica atacando a estrela? Hoje sabemos que não é nada disso, mas você sabe quando esse quebra -cabeça começou a ser desvendado?
Os povos antigos tiveram suas próprias explicações para o eclipse lunar. Para os chineses, um dragão celestial devorou a lua durante os eclipses, exigindo bateria e gritos da população para assustar o monstro. Entre os incas, acreditava -se que era um Jaguar cósmico atacando nosso satélite. Em outras culturas, eram sinais divinos, guerras, mortes de reis ou grandes catástrofes. O céu, para eles, era um estágio de símbolos, e a repentina transformação da lua cheia na escuridão ou na mineração de vermelho era pelo menos aterrorizante.
Mas pouco a pouco, a arte de pensar estava substituindo a superstição. Foi preciso coragem para olhar para o céu e perguntar a si mesmo: “Deus e monstros estão realmente lá … ou é apenas leve e sombra?”
Antes de qualquer ser humano revelar a natureza dos eclipses, por volta do ano 600 aC, os antigos babilônios identificaram um padrão: eclipses semelhantes eram ciclicamente a cada 18 anos e 11 dias. Essa percepção nos deu não apenas a capacidade de prever a ocorrência de eclipses, mas também a chave para o seu entendimento.
Mais tarde, esse conhecimento chegou ao filósofo grego Tales de Miletus e isso lhe permitiu prever a ocorrência do eclipse solar de 585 aC. O Eclipse, tão chamado Tales, provavelmente não foi o primeiro a ser previsto, mas nenhum antes dele foi tão amplamente documentado e, portanto, é considerado um marco na história da ciência.
Os contos não sabiam exatamente como ocorreram, mas foi um dos primeiros a argumentar que os eclipses eram fenômenos naturais e não divinos. Era necessário filosofar por mais de 100 anos para Anaxágoras, no século V aC, concluir que os eclipses ocorreram pelo alinhamento entre sol, terra e lua. Em eclipses solares, a lua fica entre a terra e o sol e, nos lunares, a lua entra na sombra da terra.
No século seguinte, quase 2000 anos antes da invenção do telescópio, Aristóteles fez uma observação crucial: a sombra da terra projetada na lua durante um eclipse lunar sempre foi curvada. Essa era a prova fundamental de que a Terra só poderia ser esférica. Aristóteles foi o primeiro a usar um eclipse para fazer ciência, revelando um dos grandes segredos da natureza. E, como bônus, também se tornou o precursor do ‘terrabolismo’.
OK, mas se não foi o sangue da lua atacado por um monstro cósmico, por que ficou avermelhado durante um eclipse lunar? Assim é. Esse mistério levou um pouco mais de tempo para ser desvendado. Mas o próprio Aristóteles já suspeitava que a atmosfera da Terra tivesse um papel nisso: Segundo ele, a luz do sol seria desviada ao atravessar o ar e chegaria à lua levemente alterada. Uma explicação absolutamente correta elaborou 2600 anos atrás, usando apenas os instrumentos fornecidos a Aristóteles por natureza: os olhos e a mente.
Mais tarde, os estudiosos árabes medievais avançaram essa idéia, sugerindo que a dispersão da luz era responsável pelo tom da rubra. Mas quem definitivamente explicou esse fenômeno era Lord Rayleigh, apenas no século XIX. Os gases de nossa atmosfera dispersam os tons azulados da luz solar e deixam os tons avermelhados passarem mais livremente.
E é por isso que nosso céu é azul durante o dia em que o sol é laranja quando perto do horizonte, e que uma pequena quantidade de luz avermelhada que atravessa toda a nossa atmosfera, pinta a superfície da lua durante um eclipse lunar. Se pudéssemos contemplá -lo da lua, viríamos um fino anel avermelhado formado ao redor da terra no ápice do fenômeno. Um crepúsculo de 360 ° que Aristóteles adoraria ter visto, mas foi gravado pela primeira vez este ano pelo Ghost Blue da Probe Canadian.

Na era moderna, os eclipses definitivamente deixaram o campo do misticismo para se tornar laboratórios naturais da ciência. Telescópios, câmeras de alta resolução e transmissões ao vivo nos permitem seguir todos os detalhes. E graças às leis da gravitação universal, revelada por Newton, hoje podemos prever a ocorrência de aclitres impressionantes – não apenas o dia e a hora, mas até os lugares onde eles podem ser observados. Sabemos, por exemplo, que o eclipse deste domingo, infelizmente, não será visível do Brasil, mas pode ser acompanhado por telescópios em todo o mundo e, é claro, morar aqui na aparência digital.
E mesmo sabendo que nenhum animal cósmico devorará a lua, o fascínio pelos eclipses permanece o mesmo. Um eclipse lunar continua sendo um espetáculo que nos conecta à ciência e nos permite aprender mais sobre o universo e nossa própria história.
No próximo domingo, quando estamos enfrentando outro belo eclipse lunar, teremos certeza de que é um fenômeno natural, conforme defendido por contos e explicado por Anaxagoras como a passagem da lua pela sombra da terra. Veremos a dispersão de Rayleigh pintando o Red Star, tão tão explicado por Aristóteles mudando a luz do sol ao passar pela nossa atmosfera. Teremos a chance de contemplar o fenômeno que, por vários milênios, intrigou a humanidade, mas que nos seguiu para seguir o fascinante caminho do conhecimento.