O estudo revisado sugere que o homo naledi pode ter enterrado seus mortos. Análises dão credibilidade à hipótese de enterros intencionais
Uma das maiores controvérsias de Evolução humana ganhou um novo capítulo. Pesquisadores liderados por Lee Berger enviaram uma versão revisada de um estudo sobre o Homo nalediEspécies pré -históricas descobertas no sistema de cavernas em ascensão na África do Sul. O trabalho sugere que esses hominídeos, apesar de terem pequenos cérebros, podem ter enterrado seu comportamento morto e até agora associado a espécies mais avançadas.
O tema chamou a atenção do mundo alguns anos depois que um documentário da Netflix explorou a hipótese dos rituais fúnebres dessa espécie. Na época, no entanto, especialistas independentes rejeitaram amplamente a idéia, alegando falta de evidências sólidas. Agora, após ajustes no estudo e novas análises, um dos revisores responsáveis pela avaliação científica mudou de posição e começou a considerar o argumento mais consistente.

Revisão científica e mudança de opinião
- Quando o estudo foi revisado inicialmente, os quatro avaliadores consideraram a evidência inadequado e pouco convincente.
- Havia dúvidas sobre se os ossos encontrados foram realmente intencionalmente colocados nas cavernas ou se chegaram lá por processos naturais, como a ação da água.
- Na nova versão, dois dos revisores mais uma vez analisaram o material.
- Um deles permanece cético, apontando para incertezas sobre como Homo naledi Teria atingido uma caverna tão difícil.
- O outro, no entanto, disse que mudou de idéia após as mudanças feitas pela equipe de Berger.
Evidência apresentada
De acordo com o revisor que começou a apoiar a hipótese, os autores implementaram Melhorias metodológicas e trouxe análises mais detalhadas sobre os processos de deposição óssea. Reconstruções tafonômicas, articulações e padrões de deslocamento foram incluídos, bem como dados que indicam que os restos estavam em Pits cavados intencionalmente.
Além disso, a versão revisada tem uma linha do tempo estruturada nos estágios de morte e deposição, reforçando a distinção entre processos naturais e ações humanas. Para o avaliador, essas mudanças fizeram o argumento sobre enterros intencionais mais robusto e persuasivo.

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O debate continua aberto
Apesar dos avanços, a hipótese ainda encontra resistência. O Homo naledi Tinha um cérebro do tamanho de um chimpanzé, que levanta questões sobre a capacidade do tipo de comportamentos simbólicos complexos.
Mesmo assim, novos dados adicionam credibilidade à tese de que os esqueletos foram enterrados. O impacto dessa conclusão sobre a compreensão da evolução humana e a origem das práticas funerárias deve continuar a gerar intensos debates acadêmicos.
O estudo revisado foi publicado na revista científica Ellife.