Presidente Luiz Inacio Lula da Silva defendeu publicamente o Pix como um símbolo da inovação digital brasileira E sugeriu que o sistema de pagamento instantâneo do país estaria incomodando os poderes internacionais.
Durante um discurso na abertura da 5ª reunião plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDDES), o presidente afirmou que os Estados Unidos reagiriam negativamente à propagação de Pix por ver uma ameaça direta ao modelo tradicional de cartões de crédito.
““Se o pix assumir o mundo, os cartões de crédito desaparecerão. E é isso que está por trás dessa loucura contra o Brasil ”, disse Lula, comentando sobre investigação comercial aberta pelo governo dos EUA contra os serviços digitais brasileiros. O sistema, que já foi consolidado como uma infraestrutura pública essencial no Brasil, foi apontada por Lula como Referência gratuita, eficiente e internacional.
A rivalidade entre Lula e Trump tem o pix como pano de fundo
Em seu discurso, Lula enfatizou que a recente ofensiva tarifária dos EUA está ligada aos interesses de grandes empresas e não a práticas injustas, como alegado. ““Eu gostaria que o presidente Trump experimente o PIX nos Estados Unidos. Pode levar Pix para pagar uma conta para ver que é uma coisa moderna ”, disse o presidente brasileiro, comentando as alegações de práticas injustas atribuídas ao Brasil.

Desde julho, o presidente dos EUA, Donald Trump, prejudicou o discurso contra o país. No final do mês, ele assinou uma ordem executiva que estabelece 50% de tarifa sobre todos os produtos brasileiros a partir de 6 de agosto. Embora a medida tenha excluído quase 700 produtos, o governo brasileiro avalia que as justificativas apresentadas são arbitrárias. As motivações incluem, além de pix, tópicos como Regulamentação das redes sociais e log.
Mesmo com o atrito, Lula disse que convidará Trump a participar do COP30que será realizado em novembro em Belém. “Não vou ligar para Trump para falar nada porque ele não quer falar. Mas vou ligar para convidar para o COP30“Ele disse, acrescentando que gostaria de ouvir a opinião americana sobre as mudanças climáticas.
O governo brasileiro prepara a resposta oficial sobre o pix
- O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, informou que o Brasil apresentará resposta formal aos EUA em 18 de agostoespecificamente sobre as críticas envolvendo o pix.
- Ao mesmo tempo, os estudos do governo medem para mitigar os impactos econômicos das tarifas, com um plano de contingência focado em proteger os trabalhadores e empresas brasileiras.
- Em seu discurso, Lula também criticou o que chamou de falta de compromisso nacionalista da comunidade empresarial.
- “Hoje você tem mais mercantilista do que nacionalista. Assim, a defesa do Brasil hoje se tornou muito mais complicada”, disse ele, exigindo apoio comercial à política nacional de soberania.
- O presidente também questionou a legitimidade da “tarifa” de tão chamada imposta pelos Estados Unidos, classificando a ação como um ataque à democracia brasileira, economia e soberania.
- ““30 de julho de 2025 passará para a história das relações entre o Brasil e os Estados Unidos como um marco lamentável“Ele disse.
Os setores produtivos e sindicais alertam sobre o impacto econômico
Representantes de setores diretamente afetados pelas tarifas também se manifestaram durante o evento. A produtora Priscila Nasrallah, da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frutas e Derivadas (Abrafrutas), apelou ao governo para medidas para apoiar o setor rural. Ela ressaltou que os EUA são um destino importante para Frutas como manga, uva, melão e mamãoe que 77.000 toneladas foram exportadas apenas até 2024.
“Se possível, adie a entrada em vigor das tarifas para que possamos trabalhar”, disse Priscila, lembrando que a fruta brasileira cresce pequenos produtores que podem ser severamente afetados.

O Fórum das Centrais da União, através do líder Clemente Ganz, alertou para os propósitos no Emprego e competitividade da indústria nacional. A entidade sugeriu que o governo desfrute da crise para repensar a política comercial, com foco na inovação e produtividade. ““Uma das tarefas fundamentais do movimento sindical é mobilizar a sociedadeEle disse, observando que as articulações internacionais estão sendo feitas para enfrentar medidas da perspectiva dos trabalhadores.
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União Europeia adota diferentes posições de acordo com os EUA
O discurso de Lula também mencionou o contraste entre a postura dos EUA em comparação com o Brasil e os termos acordados com o União Europeia (UE). Segundo o presidente, enquanto os EUA impuseram tarifas mais amenas à UE e receberam benefícios como Investimentos bilionários e compras de energiaO Brasil enfrenta uma ofensiva comercial com menos espaço para o diálogo.
Apesar disso, Lula reiterou que pretende assinar o Acordo entre Mercosur e a União Europeia ainda este anoe afirmou que a proposta brasileira representa uma parceria baseada em “respeito e cidadania”.
“A parceria sólida é construída com benefícios mútuos”, disse o presidente, reforçando o papel do Brasil na abertura de novos mercados e na construção de uma política externa destinada ao desenvolvimento econômico.