Terras raras: o que estão, onde estão e por que os EUA se preocupam com eles diplomatas brasileiros avaliam que o interesse recente dos Estados Unidos nas raras terras do Brasil representa um “balão de ensaio” – não uma proposta de negociação concreta. A manifestação foi feita pelo negócio da embaixada dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, durante uma reunião com representantes do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). Escobar é o número dois da embaixada, mas administra a missão diplomática porque o presidente Donald Trump ainda não nomeou um novo embaixador. Em um discurso na quinta -feira (24), o presidente Luiz Inacio Lula da Silva até disse, em Trump indireto, que “ninguém coloca sua mão” em minerais brasileiros. As terras raras chamadas são um grupo de 17 elementos químicos essenciais para a fabricação de baterias, turbinas e equipamentos de alta tecnologia. O Brasil tem a segunda maior reserva do mundo, atrás apenas da China. De acordo com os principais membros da Itamaraty, o fato de Escobar ter apresentado a questão a Ibram e não diretamente ao governo foi visto como um sinal de informalidade. “Ele não corresponde às negociações reais”, disse um diplomata, sob reserva. Além disso, não havia indicação oficial da Casa Branca até agora que os EUA considerassem desistir da tarifa anunciada pelos produtos brasileiros em troca de acesso a minerais críticos. “O Brasil tem 700 outras perguntas a serem resolvidas com os Estados Unidos antes de discutir terras raras. O que o Brasil quer saber é se os negociadores dos EUA estão dispostos a negociar”, disse um interlocutor do Ministério das Relações Exteriores (MRE). Itamaraty vê com cautela que supostamente troca a tarifa mineral nos bastidores, há conversas em andamento entre os governos de Lula e Trump, mas o tema de raras terras brasileiras ainda não entrou formalmente nas negociações. Os diplomatas ouvidos por Globonews apontam que Escobar, não sendo nomeado embaixador, não é tratado como porta -voz direto da presidência americana. Portanto, seu discurso para o setor privado não é considerado suficiente para abrir qualquer acordo oficial. A leitura de Itamaraty é que a tarifa de Trump está mais ligada a pressões dos grandes técnicos e do sistema financeiro dos EUA – não um possível interesse estratégico em minérios brasileiros. O governo de Lula prepara a política para minerais estratégicos em paralelo, o governo brasileiro prepara o lançamento da política nacional de minerais críticos, que deve ser anunciada em 2025. A proposta ganhou uma nova respiração no meio da crescente demanda internacional por lítio, nióbio e raros elementos terrestres para transição energética e segurança industrial. As diretrizes políticas, de acordo com fontes na área de energia e mineração, incluem: fortalecimento do mapeamento geológico; Apoio à pesquisa, inovação e processamento; Parcerias com estados e municípios; Estimulação de atrair investimentos privados. Com isso, o Brasil procura não apenas preservar sua herança mineral, mas também aumentar sua autonomia estratégica no cenário internacional.
g1