A tarifa implementada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para produtos brasileiros, com uma taxa de 50% para mais da metade das vendas estrangeiras no Brasil para o país, tende a conter a atividade e gerar um baixo impacto na inflação deste ano – até moderadamente. Para 2026, no entanto, o cenário é incerto e pode até ter pressões inflacionárias. As análises são de economistas ouvidos pelo G1. Com a tarifa imposta pelos Estados Unidos a uma extensa lista de produtos brasileiros, como café, carnes, máquinas e equipamentos, frutas e peixes, entre outros, os preços de alguns produtos caem – especialmente aqueles que não encontram novos mercados no exterior. A lógica é que a produção que seria destinada aos EUA ou parte dela permaneceria no mercado doméstico. Com o aumento da oferta desses itens, a tendência do mercado é que eles são mais baratos. Novas taxas aumentadas de Trump entraram em vigor logo após o cenário da meia -noite para 2025, de acordo com Gustavo Cruz, estrategista -chefe da RB Investimentos, há um consenso de que os preços serão mais baixos este ano, especialmente os itens mais afetados pela tarifa de Trump. “A questão de frutas e peixes, eles tentarão colocar o máximo no mercado doméstico e já vemos relatórios de preços mais baixos. Isso realmente deve parecer. Os ovos também devem ser um pouco mais baratos”, disse Gustavo Cruz, da RB Investimentos. Segundo o analista, outros produtos supercolados, no entanto, podem ter uma queda de preço mais baixa, pois seus representantes indicaram que buscam novos destinos externos para a produção. Este é o caso de carne e café. “Então, então, talvez o efeito seja um pouco menor, menos sentido”, disse ele. Haddad assiste Lula falando durante um evento que anunciou um plano de socorro às empresas afetadas pela tarifa de Trump Adriano Machado/Reuters para o economista André Perfeito, o quadro inflacionário é claramente benigno com o resultado da IPCA de julho, que ficou abaixo das expectativas do mercado financeiro. “Fora isso, o comportamento dos alimentos frescos continua a reproduzir o índice e deve continuar assim, pois ainda não é calculado para o fornecimento de alimentos derivados da tarifa de Trump”, acrescentou André Perfeito. Marcelo Boragini, especialista em renda variável da Davos Investimentos, também projeta uma queda nos preços de alguns produtos, mas com um pequeno impacto na inflação de 2025. “Estamos falando de alguns centésimos percentuais”, disse ele. “Eu acho que é esperado um efeito deflacionário aqui no Brasil. Ano 2026 Se houver uma tendência de preços de alguns produtos alimentícios este ano, o cenário não ficará claro para 2026. Os analistas apontam que isso pode até acontecer, com aumento de pressões inflacionárias devido a um possível corte de produção. “Às vezes o produtor, ele não está com tanto espaço, os danos deste ano são suficientes para ele no próximo ano para segurar o pé no freio que o oposto acontece, os preços aumentam mais do que se imaginou porque plantou menos, porque foi cultivado, ele criou menos peixes”, disse Gustavo Cruz, da RB Investimentos. Por esse motivo, ele avalia que os líderes do banco central em todo o mundo são muito cautelosos ao falar se os impactos na inflação são pontuais ou duradouros. Para Juliana Machado Goncalves Daitx, coordenador de investimentos Unicred Porto Alegre, existe uma expectativa de que, apesar do alívio inflacionário no início, “dificilmente terá força para alterar significativamente as projeções de inflação a partir de 2026 em diante”. “Nesse curto prazo, a tendência é reduzir a pressão inflacionária; no entanto, não é possível dizer que esse efeito permanecerá porque os produtores tendem a tomar novas decisões futuras sob novas condições de mercado, como diminuir a produção, procurando outros países para exportar, entre outras maneiras de drenar essa produção”, disse Juliana Daitx, da Unicred Alegre. Controle de inflação O controle da inflação no Brasil é uma tarefa que cabe ao banco central, que usa principalmente a taxa de juros básica da economia, selo, para cumprir seu papel. Definir Definir taxas de juros, a instituição atua com base no sistema de metas, olhando para o futuro (estimativas de inflação). Se as projeções estiverem alinhadas com as metas, é possível reduzir as taxas de juros. Se estiverem acima, o copom tende a manter ou escalar selo. No início de 2025, com a adoção do sistema de metas contínuas, a meta é manter a inflação em 3%, sendo considerada dentro da meta se variar entre 1,5%e 4,5%. No momento, o BC já está calibrando a taxa de juros com base na inflação acumulada em 12 meses até março de 2027, à medida que as mudanças no Selic levam até 18 meses para ter total impacto na economia. A projeção do BC é um IPCA de 3,4% durante esse período. Atualmente, a taxa seletiva é de 15% ao ano – a mais alta em quase 20 anos. Isso ocorre porque a inflação está acima do teto dos objetivos estabelecidos pelo governo. O BC avaliou que é necessária uma desaceleração da atividade para conter pressões inflacionárias. “Pesquisa setorial mensal e dados mais oportunos do consumidor corroboram uma redução gradual do crescimento”, disse ele nas atas da última reunião do copom. Corte de juros O tempo, a previsão da maior parte do mercado financeiro é que o interesse básico da economia começará a cair apenas até 2026. Para André Perfect, mas a tarifa de Trump pode acelerar o processo de interesse pelo banco central. Segundo o The Economist, a taxa seletiva pode terminar este ano em 14,50% ao ano, contra o nível atual de 15%. Ele estima que, mesmo considerando que as contas públicas podem piorar com a ajuda dos setores afetados pela tarifa (prensando a inflação), “é provável que o mercado comece a considerar seriamente os cortes de juros este ano e com maior intensidade”. Isso para estimular a atividade econômica no país. De acordo com Marcelo Boragini, se a queda nos preços dos alimentos for realmente confirmada e ajudar a inflação a ficar abaixo da meta nos próximos anos, existe, de fato, a possibilidade de o Banco Central antecipar os cortes, talvez em 2025. “Mas estamos falando de falar sobre [as projeções de inflação virem na] objetivo ou abaixo da meta. Este não é o nosso cenário, nosso cenário está longe disso. Tudo pode acontecer sem dúvida, mas, repito, não é o nosso cenário e acho que é improvável que aconteça [corte de juros ainda em 2025]”, concluiu.
g1