Tudo sobre Inteligência artificial
A inteligência artificial influencia o comportamento de consumo on -line. De recomendações corretas a sugestões que parecem adivinhar os desejos antes mesmo de surgirem, a IA está cada vez mais presente em nossas compras na Internet.
Nos últimos doze meses, a adoção de inteligência artificial estabeleceu registros no varejo on -line brasileiro: o uso da IA para compras digitais cresceu em um Thunder 1.200% entre julho de 2024 e fevereiro de 2025.
Chatbots e assistentes de idiomas já seguem 39% dos brasileiros no horário de compra, de acordo com a pesquisa global da Adobe validada por mais de 1 trilhão de visitas a sites de comércio eletrônico.
Os benefícios? Agilidade, opções reunidas, economizou tempo. Pontos de atenção? Um menu de opções montado por algoritmos que conhecem nossos comportamentos digitais e podem influenciar a improvisação humana do desejo.
A personalização avança em etapas amplas. Plataformas, suportadas por algoritmos que imitam nossos padrões, fornecem sugestões de produtos, ofertas e decisões de compra com um grau preciso nunca visto.
Cerca de 70% das lojas on -line brasileiras já exploram inteligências de aprendizado de máquina para prever preferências, aumentar as vendas e orquestrar experiências quase “personalizadas”. Parece muito bom e realmente está, até o bom limite entre ajuda informacional e manipulação sutil.
O usuário brasileiro, notoriamente exposto, faz parte do topo do ranking mundial da interação com o consumo. Isso alerta sobre uma questão premente: algoritmos sofisticados podem, claramente, reforçar as vulnerabilidades e capturar o livre arbítrio, especialmente nas comunidades econômicas e digitalmente marginalizadas.

Decidir diante da multiplicidade de marcas, produtos, telas e ofertas se tornou um fardo. Os consumidores relatam que a compra requer mais esforço do que nunca, geralmente adiando as opções pressionadas por uma avalanche de informações e opções.
Em meio ao caos, vem a ansiedade de escolha, um segmento que a inteligência artificial promete aliviar sugestões filtradas, resumos de avaliação, visões comparativas e aumento da visualização do produto.
Não por acaso, a Pesquisa de Consultoria da PWC cavou em 2024 que mais de 80% dos brasileiros mostram alguma preocupação com o avanço da IA generativa, embora 53% assumam a intenção de usar essas soluções para facilitar as compras.
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A presença algorítmica nos sites de compras tem sutilezas dignas de análise: quanto mais sofisticada e “conveniente”, mais difícil se torna para o consumidor perceber a ação. O modelo preditivo antecipa os desejos, as ofertas de guias e pode distorcer necessidades ou opções de falha, especialmente quando certos grupos de consumidores enfrentam barreiras como baixo nível de alfabetização digital, acesso restrito e pouca compreensão dos bastidores.

A questão ética surge e falta atenção. Quem realmente lidera a jornada do consumidor? Muitas empresas, apoiadas pela IA, procuram personalizar, diferenciar e construir lealdade, às vezes sem explicar os limites dos aceitáveis em coleta, uso e compartilhamento de dados individuais.
O sonho do consumidor mais informado e “capacitado” precisa ser visto como uma conquista apenas se houver uma garantia de controle crítico de processo.
Isso implica transparência dos algoritmos, inclusão de consumidores nos debates da regulamentação e educação digital como uma política central. O futuro requer cidadania algorítmica ativa em vez de passiva.
Os algoritmos transformam o ato de consumir uma experiência racionalizada, prática e personalizada, com a eficácia nunca vista. Isso é excelente.
Ao mesmo tempo, eles impõem novos modelos de influência que desafiam os direitos, autonomia e consciência crítica do consumidor. Empresas, governos e instituições devem seguir, juntas, formas de proteger os consumidores, enfrentar assimetrias de poder e colocar a ética acima das meras taxas de conversão.