Uma montanha à beira da cratera de Jezero em Marte pode realmente ser um vulcão. A descoberta foi feita por cientistas do Instituto de Tecnologia da Geórgia nos EUA. Eles analisaram dados recentes e concluíram que a formação chamada Jezero Mons possui características semelhantes às dos vulcões.
A cratera de Jezero é onde a perseverança do veículo espacial da NASA coleta amostras para uma possível missão de retorno à Terra. Embora a região já tenha sido bem estudada, a presença de um vulcão surpreendeu os cientistas. Isso pode mudar a maneira como entendemos a história geológica de Marte e seu potencial de ter protegido a vida no passado.
Jezero Crater pode ter abrigada um velho lago em Marte
Publicado na revista científica Comunicações Terra e Meio AmbienteA pesquisa foi liderada por Sara C. Cuevas-Quiñones, atualmente uma estudante de pós-graduação da Brown University, que iniciou o projeto enquanto ainda está graduada. Ela teve a orientação do professor James Wray e a colaboração de outros pesquisadores. A equipe usou imagens coletadas por perseverança e dados obtidos por sondas que orbitam Marte.
A montanha chamou a atenção de Wray em 2007, quando ele era estudante. Na época, não havia dados suficientes para confirmar se era realmente um vulcão. A cratera de Jezero ganhou destaque anos depois, para sinais de um lago antigo, o que levou à escolha do local como um ponto de aterrissagem da missão de Marte 2020 (que lançou a perseverança e a ingenuitidade de helicóptero para o planeta naquele ano).
Quando o robô começou a explorar o solo marciano, ele encontrou algo inesperado: rochas vulcânicas, não apenas sedimentos de velhos rios ou lagos. Isso levantou a suspeita de que a origem dessas rochas poderia estar em Jezero Mons, a montanha até então ignorada. Estava na hora de investigar melhor.

Foi quando Cuevas-Quiñones entrou no projeto. Durante um programa de verão para jovens pesquisadores, ela decidiu estudar a montanha. Junto com sua equipe, ele comparou Jezero Mons a outros vulcões conhecidos em Marte e na Terra. E encontrou várias semelhanças, tanto na forma quanto nos materiais presentes.
Embora não seja possível ir lá para confirmar, os dados são bastante convincentes. A equipe usou informações de vários satélites, como Mars Odyssey e Mars Reconnaissance Orbiter, da NASA, bem como do Exomars Trace Gas Orbiter da Agência Espacial Europeia (ESA).
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O vulcão oculto aumenta o interesse científico por meio da região
Em um comunicaçãoO autor principal explica que a possível existência desse vulcão perto da cratera aumenta o interesse científico na região. A presença de atividade vulcânica pode ter gerado calor, o que abriria a chance de fontes de energia para formas de vida microscópica no passado marciano. A interação entre água e calor é um dos principais fatores que favorecem a vida.

Além disso, as rochas vulcânicas ajudam a entender a idade de Marte. Com as amostras coletadas pela perseverança, os cientistas poderão usar técnicas de namoro de radioisótopos. Isso permitirá saber com precisão quando as rochas se formarem e, assim, refinar a linha do tempo geológica do planeta.
Para os pesquisadores, Marte continua sendo o melhor lugar do sistema solar para procurar sinais de vida fora da Terra. E com o trabalho de perseverança, os EUA já têm amostras das melhores rochas, no melhor ponto possível do planeta. Agora, a expectativa é levá -los para casa e desvendar ainda mais segredos do nosso cobiçado vizinho vermelho.