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quarta-feira, agosto 20, 2025

OpenAI lança desafio na Amazônia e governo pede explicação

TecnologiaOpenAI lança desafio na Amazônia e governo pede explicação


O Ministério dos Povos Indígenas pediu ao OpenAi para explicações sobre um concurso global organizado pelo proprietário do ChatGPT para identificar sites arqueológicos na Amazônia usando dados de código aberto. O governo brasileiro estaria “preocupado” com os efeitos da iniciativa. A informação é de Folha de São Paulo Paulo.

Intitulado “Openai to Z Challenge”, o desafio foi lançado em maio deste ano e os registros encerraram em 29 de junho, mas a lista das cinco equipes finalistas ainda não foi lançada. O nome refere -se à lenda da cidade perdida de Z, que se acredita estar em algum lugar de Mato Grosso.

O mito foi objeto de pesquisa do explorador britânico Percy Harrison Fawcett, que desapareceu com seu filho e um amigo em Alto Xingu em uma expedição há cem anos. E o Openai aproveitou o aniversário da trágica aventura para lançar o concurso, com a distribuição de US $ 400 mil (R $ 2,4 milhões) em prêmios.

Logotipo open em um smartphone e em segundo plano
O OpenAI distribuirá R $ 2,4 milhões em prêmios no concurso (imagem: agência de fotos/shutterstock)

“Agora, pela primeira vez na história, qualquer pessoa pode realizar pesquisas arqueológicas. A União de Coleções de código aberto de imagens de satélite, mapas arqueológicos e histórias indígenas cria um rastro de abas, o que leva à possibilidade de novas descobertas que preenchem as peças desaparecidas”, diz o Página de desafio.

Terra de ninguém?

Openai sugere aos participantes que concentrem a busca no bioma da Amazônia no norte da América do Sul, especialmente no Brasil, além dos arredores da Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela e Guiana French.

O problema é que a empresa parece ter esquecido de comunicar o desafio às autoridades que monitoram esse tipo de atividade. O governo brasileiro reforça que existem vários padrões que regulam a pesquisa arqueológica – e quer saber quais foram os critérios metodológicos e legais considerados no concurso.

A Sociedade de Arqueologia Brasileira diz que a menção da cidade Z gera desinformação (imagem: Gummybone/Istock)

Em uma carta enviada ao OpenAI, o Secretário Nacional de Articulação e Promoção dos Direitos Indígenas, Giovana Mandulão, também pede que os mapas não sejam divulgados com a localização dos sítios arqueológicos até que haja alinhamento com os órgãos competentes, de acordo com Folha.

Para o jornal, o proprietário do ChatGPT disse que o desafio foi desenvolvido com o apoio de acadêmicos com o objetivo de “colocar pesquisas genuínas” no centro do projeto, que os participantes usarão dados que já são públicos e que o trabalho não será usado para treinar modelos de IA. A empresa também prometeu manter o diálogo com as instituições e disse que continuará a seguir a lei brasileira.

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Pesquisadores divididos

Logo após a divulgação do concurso, a Sociedade de Arqueologia Brasileira (SAB) publicou uma nota Criticando a ausência de consulta com os quilombolas indígenas e os povos tradicionais. E ele disse que a menção da cidade Z contribui para informações erradas na região da Amazônia.

“Realizar uma competição sem acordo deles é altamente antiético”, disse a Folha Archaeologist Bruna Cigaran da Rocha, vice -presidente da SAB. “No Brasil, temos parâmetros que foram construídos com muito esforço sobre o patrimônio arqueológico e como ela deve ser estudada”.

O endosso das populações locais é previsto em uma convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que garante povos indígenas a “consulta livre, anterior e informada” sobre pesquisas realizadas em seus territórios.

As entidades criticam a falta de consulta com as populações locais (Imagem: Gummybone/Istock)

O Iphan acredita que o desafio pode gerar “efeitos práticos indesejáveis”, com o reconhecimento incorreto de sítios arqueológicos ou o acesso de pessoas não autorizadas a áreas já estudadas por arqueólogos.

Por outro lado, há pesquisadores que apóiam o desafio. Para Folha, o arqueólogo Francisco Pugliese, do Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília, disse que se matriculou no concurso com seu projeto desenvolvido na Amazônia do sudoeste.

“Essas novas tecnologias nos permitem articular muitos e muitos dados, abre um cenário de pesquisa fantástico”, diz ele, que defende consultas anteriores com os povos indígenas. “Se não tomarmos as rédeas desse processo, serão os arqueólogos que fazem uma ciência predatória. É nosso papel mostrar que essas ferramentas devem ser usadas com ética”, disse ele.



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