O Presidente Luiz Inacio Lula da Silva (PT) lamentou na terça -feira (2) A morte do jornalista Mino Carta. Lula afirmou que Mino formou gerações de profissionais de imprensa e “mostrou que a imprensa livre e a democracia andam de mãos dadas”. O presidente, que era amigo do jornalista, irá ao funeral nesta terça -feira em São Paulo. O fundador e diretor de redação da revista Carta Capital, Mino Carta, morreu em São Paulo, no Hospital Sírio-Lebanês, onde foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O jornalista Mino Carta, fundador da Carta Capital Magazine, teve um relacionamento muito próximo com o presidente Lula (PT), de quem ele era um amigo pessoal. Na foto, a reunião deles em 24.06.2024, em Brasília. Ricardo Stuckert/PR/Divulgação De acordo com a Carta Capital, o jornalista tinha 91 anos e “lutou contra problemas de saúde nas viagens do hospital”. Em uma rede social, Lula comentou que conheceu Mino há quase 50 anos, quando o presidente era líder do sindicato, à frente do sindicato de São Paulo Metalworkers. Lula lembrou que o jornalista publicou sua primeira grande entrevista à imprensa em 1978 na revista ISTO Ét. “Desde então, nossas trajetórias seguiram o cruzamento. Eu, como liderança política, ele, como jornalista que, sem abdicar sua independência, sabia como registrar as mudanças do Brasil. Vivemos juntos a redemocratização, o direito já, as eleições presidenciais e as grandes transformações sociais das últimas décadas”, disse Lula. Segundo o presidente, as publicações dirigidas por Mino resistiram à pressão da ditadura militar (1964-1985). “No meio do autoritarismo do regime militar, as publicações que dirigiram denunciaram o abuso dos poderosos e trouxeram a voz daqueles que choraram pela liberdade”, disse Lula. “Essas décadas de coexistência me dão a certeza de que Mino foi – e sempre será – uma referência ao jornalismo brasileiro por sua coragem, espírito crítico e compromisso com um país justo e igual para todos os brasileiros”, acrescentou. O perfil nascido em Gênova, Itália, o jornalista criou e dirigiu algumas das revistas mais influentes do país, como Quatro Rodas, lançado em 1960, Veja (1968), IE (1976) e Carta Capital (1994). Ele também estava à frente de Jornal Da Tarde, criado em 1966, considerado revolucionário para a linguagem e o diagrama. A publicação lembra que até o maior fracasso de Mino, o Jornal Da República de 1979, em meio à abertura política, é vista como um marco da imprensa nacional. Ao longo de sua carreira, ele enfrentou confrontos com a ditadura militar, especialmente quando Veja publicou alegações de tortura, o que resultou em censura e pressões. Em entrevistas recentes, Mino mostrou desencanto com a política brasileira e criticou os impactos da tecnologia no jornalismo, afirmando que a imprensa era “escravizada pela nova mídia”. De acordo com a Carta Capital, o jornalista disse que sua maior conquista foi a revista que ele fundou em 1994, construído em três pilares: fidelidade a fatos, espírito crítico e inspeção do poder. A publicação completou 31 anos em 2025. – Este relatório está em atualização
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