Um estudar Apresentado na quarta -feira (9) durante a Reunião Nacional de Astronomia (NAM) 2025, coordenada pela Royal Astronomical Society, em Durham, Inglaterra, sugere que a Terra pode estar dentro de um gigantesco vazio cósmico, que expandiria o universo mais rápido do que em outras regiões.
A pesquisa é baseada em ondas sonoras do universo primitivo – “The Sound of Big Bang”, de acordo com um comunicação. Esses ecos antigos, preservados em mais de bilhões de anos, ajudam a medir a expansão do espaço e a revelar padrões que indicam algo incomum em nosso bairro cósmico.
Em poucas palavras:
- Estudo sugere que a Terra está dentro de um enorme vazio cósmico;
- Esse vazio abriga toda a Via Láctea e dá a impressão de uma expansão mais rápida do universo nesta área;
- A hipótese resolveria a tensão do Hubble, que lida com as medições conflitantes da expansão cósmica;
- “Big Bang Echoes” e menos densidade galáctica local fortalecem a idéia;
- Confirmar o vazio pode mudar a idade e a história conhecida do universo.
O vazio cósmico gigante pode explicar a diferença nas medidas da idade do universo
Essa proposta poderia explicar a tensão do Hubble, um nome dado à diferença entre duas maneiras de medir a expansão do universo. Os dados obtidos de galáxias distantes indicam um ritmo mais lento, enquanto as medidas feitas em galáxias próximas mostram expansão mais rápida.
De acordo com o astrônomo Indranil Banik, da Universidade de Portsmouth, “uma solução potencial para essa inconsistência é que nossa galáxia está próxima do centro de um grande vazio local”, densidade cerca de 20% abaixo da média do universo. Isso faria as galáxias parecerem se afastar de nós mais rapidamente, dando a impressão de expansão acelerada.
Esse vazio teria aproximadamente um bilhão de anos -luz de raios. As observações mostram que há menos galáxias em nossa região do que em áreas vizinhas, o que apóia a idéia. No entanto, a existência de um vazio tão grande ainda é controverso porque não se encaixa bem no modelo tradicional de cosmologia.

O modelo padrão prevê uma distribuição mais uniforme da matéria em escalas tão grandes. Ainda assim, novos dados dão força à hipótese do vazio. Uma das principais indicações vem de oscilações acústicas barônicas, padrões formados pelas ondas sonoras do universo primordial.
Essas oscilações foram congeladas no espaço quando o universo esfriou e permitiu a formação dos primeiros átomos. Enquanto trabalham como marcadores fixos, ajudam os astrônomos a medir o ritmo da expansão cósmica ao longo do tempo.
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Ao comparar essas oscilações com o desvio vermelho da luz das galáxias, que mostra como o espaço se expandiu, os pesquisadores perceberam uma ligeira distorção causada pela possível presença do vazio. Segundo Banik, este modelo tem dezenas de milhões de vezes mais compatível com os dados do que o modelo adotado pelo satélite Planck, chamado “Cosmologia Planck homogênea”.

Além de explicar a tensão do Hubble, a descoberta também pode ajudar a confirmar a verdadeira idade do universo, atualmente estimada em cerca de 13,8 bilhões de anos. Como as diferenças nas medições geram incertezas, se o vazio for confirmado, pode haver uma nova base para o cálculo.
O próximo passo é comparar esse modelo com outros métodos, como crônicas cósmicas, que estudam galáxias antigas que pararam de formar estrelas. A luz emitida por essas galáxias ajuda a estimar a idade das estrelas presentes e cruzar esses dados com o desvio para o vermelho, mostrando quanto espaço se expandiu.
Se os resultados continuarem a sinalizar que algo incomum acontece nesta região, a teoria do “vazio cósmico” pode ganhar força, forçando os cientistas a repensar tudo o que é entendido hoje sobre o universo.